Record (Portugal)

2018 – o ano do VAR

ESTEVE NO MUNDIAL, CHEGOU A FRANÇA, À BÉLGICA, A ESPANHA OU À CHINA E VAI ESTAR NA FASE DE GRUPOS DA CHAMPIONS. FOI MESMO UM ANO DE VAR ABERTO, COM DIREITO A POLÉMICA

- André Veríssimo Diretor do Negócios

O ano que agora finda teve vários momentos marcantes, da vitória da França no Mundial da Rússia, ao facto de nem Ronaldo nem Messi terem ganho os prémios de melhor jogador do ano. Há outro facto, estrutural ao jogo, que merece destaque: a afirmação definitiva da assistênci­a em vídeo para árbitros.

Este ficará como o ano em que o vídeo-árbitro, conhecido pelo acrónimo inglês VAR, passou a estar escrito na pedra: foi, pela primeira vez, incluído nas Leis do Jogo que são definidas pelo Internatio­nal Football Associatio­n Board.

A iniciativa partiu da associação holandesa de futebol (KNVB), que lançou no início da década o projeto Refereeing 2.0, com o objetivo de garantir uma arbitragem de elevada qualidade em todos os encontros. O principal instrument­o para cumprir esse desígnio: a tecnologia. Começou com o olho de falcão, o sistema de validação de golo, e evoluiu depois para o vídeo-árbitro. Ainda hoje a KNVB é a referência internacio­nal neste domínio.

AFIFA autorizou os primeiros testes a partir de março de 2016, mas o sistema teve primei- ro de vencer obstáculos políticos. Sepp Blatter, o antigo presidente do organismo máximo do futebol, era e é contra o vídeo-árbitro. A sua saída em 2015, envolto num escândalo de corrupção, abriu caminho à tecnologia.

Já este ano Blatter vociferou contra a utilização do VAR no Mundial da Rússia , prova que se revelou marcante para a sua afirmação e tornou irreversív­el aquilo que já era difícil de travar. Tirando os detratores da tecnologia, a maioria concorda que o VAR melhorou a arbitragem do Mundial.

O VAR começou a chegar aos campeonato­s principais na época 2017/18, nesta chegou a mais alguns e vai ser usado na fase de grupos da Liga dos Campeões e Liga Europa. No próximo ano continuará a crescer, com destaque para a introdução na Premier League.

Portugal esteve entre os pio

neiros, ao introduzir o sistema na época passada. O campeonato português é também uma demonstraç­ão dos seus limites: não elimina totalmente o erro, nem a polémica. O balanço feito pelo Conselho de Arbitragem ao primeiro terço do campeonato identifico­u nove erros em 33 revisões formais aos lances, o que dá uma taxa de 27,3%. É ainda elevada.

Há também as situações em que o VAR deveria ter sido chamado a intervir e não o foi. É preciso acabar com os pruridos em acioná-lo. Mas é importante salientar que 75% (oito) das decisões foram revertidas após a consulta ao vídeo-árbitro, o que demonstra a sua valia.

A perfeição é algo que nunca existirá na arbitragem, mas o VAR coloca-nos um pouco mais perto. Claro que se pode questioná-lo, mas é dever da arbitragem tudo fazer para impedir que seja desacredit­ado, num tempo em que qualquer adepto num estádio pode rever as imagens do lance num smartphone, pouco depois de ele acontecer. A bem da própria arbitragem e do futebol.

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