(Dis)Like ao VAR
última jornada reacendeu a esperança de uma arbitragem competente e de futuro. É difícil para os árbitros atuar no futebol português, no qual a pressão constante é uma realidade e vem de todos os quadrantes. É no futebol que verificamos o mais básico que existe no ser humano, o racional desaparece, dando lugar ao instinto de sobrevivência ‘selvagem’ que coloca o humano longe das suas capacidades cognitivas. Este fenómeno, aceite por (quase) todos, está também patente noutros países, principalmente na luta pelos direitos dos cidadãos. Em Portugal, a prioridade na luta não é para melhorar as condições de vida da população ou a abstenção. A preocupação de haver uma final da Taça em dia de eleições é a confirmação de que o Futebol ‘manda’ neste país. Arrisco dizer que é mais difícil ser árbitro em Portugal do que político. O escrutínio no sector da arbitragem é constante e diário e sempre de forma depreciativa. Esta jornada demonstrou que ainda existe competência na arbitragem, mostrou também árbitros corajosos a assumirem, sem medo, as suas decisões, colocando o vídeo-árbitro no seu devido lugar. O VAR não é o ‘malhete’ do juiz que decide sem apelo nem agravo. Essa competência é única e exclusiva do árbitro dentro do terreno de jogo. Consultar o monitor é assumir as decisões, chamar para si a responsabilidade que nunca pode ser atribuída ao VAR, conforme muitos árbitros optaram por fazer, atirando assim as responsabilidades para a ferramenta e para os outros. O VAR está para os árbitros como as redes sociais para o povo. Bem utilizado é uma maisvalia, mal utilizado não vale nada. É uma decisão de cada um, rentabilizar ou destruir, com a diferença de que o VAR tem rosto e não pode ficar ‘impune’ como se tratasse de um perfil falso. *
13.ª