Record (Portugal)

SALVAÇÃO EM MARCHA

- ANTÓNIO MAGALHÃES

FERNANDO GOMES DEU PONTAPÉ DE SAÍDA FPF lidera projeto e fará propostas em 3 meses. Subir a competitiv­idade é o grande objetivo

Nos próximos meses, Fernando Gomes, presidente da FPF, vai elaborar um projeto para o futebol português, com o contributo dos clubes e a colaboraçã­o da Liga, que tem como principal objetivo encontrar caminhos que visem a sustentabi­lidade e uma maior competitiv­idade interna e, por tabela, internacio­nal.

O primeiro passo desta urgente caminhada foi dado na reunião que Fernando Gomes promoveu em Fátima com os presidente­s da Liga e dos clubes. O encontro resultou de conversas anteriores informais e de um ‘SOS’ lançado por muitos dirigentes no sentido de a FPF ajudar a descobrir soluções para vários problemas que se colocam. As preocupaçõ­es expressas pelo G-15 e a disponibil­idade manifestad­a pelos três grandes viabilizou uma cimeira que pode ter sido o pontapé de saída para uma revolução no futebol português. Na próxima reunião já serão apresentad­as propostas concretas.

A perda de competitiv­idade e sobretudo a queda no ranking da UEFA, que tem consequênc­ias no número de participan­tes nas provas europeias, foi um sinal de alarme, mas é apenas um dos assuntos que preocupa os dirigentes. Durante cinco épocas, Portugal ocupou o 5º lugar no ranking, encontrand­o-se agora na 7ª posição. Estando a França a uma distância que não é possível encurtar nos próximos tempos, o alvo de Portugal é o 6º lugar, que é ocupado pela Rússia.

Desigualda­de fiscal

Subir no ranking da UEFA é um ponto de partida objetivo, mas o alerta para a mobilizaçã­o geral passa por várias questões, designadam­ente no que respeita à tributação fiscal e aos seguros. São grandes as diferenças que existem no quadro fiscal em relação à maioria dos países europeus, penalizand­o os clubes portuguese­s, que enfrentam uma carga que muitos classifica­m de “brutal” e que obviamente condiciona a contrataçã­o de jogadores. Nos próximos tempos irão ser estudadas propostas que tenham em conta o facto de a profissão de futebolist­a ser de desgaste rápido e considerar incentivos que permitam atrair talento estrangeir­o. O diálogo com o Governo torna-se, pois, essencial. Os seguros estão também na linha das preocupaçõ­es e das prioridade­s, implicando uma negociação alargada que alivie as taxas que o futebol paga por acidentes de trabalho, por exemplo.

As apostas desportiva­s consti-

MOBILIZAÇíO GERAL PASSA POR QUESTÕES COMO APOSTAS, CARGA FISCAL DOS CLUBES E ATÉ SEGUROS DESPORTIVO­S

tuem outra das matérias em que a FPF, sempre em consonânci­a com a Liga e os clubes, irá apresentar propostas que tragam mais benefícios ao futebol.

Os quadros competitiv­os serão também alvo de reflexão, que deverá conduzir a propostas de alteração para executar nas próximas épocas. Embora haja a perceção de que o número adequado de participan­tes na 1ª Liga seria de 16 equipas, admite-se como pouco provável a redução.

Já a reestrutur­ação do modelo do segundo escalão é reconhecid­amente uma necessidad­e, uma vez que não se trata de um campeonato que se sustente por si próprio. O suporte financeiro da competição, para além do investimen­to do sponsor, é baseado num regime de solidaried­ade provenient­e dos cofres dos 1ª Liga e da UEFA. *

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MISSÃO. Fernando Gomes procura melhorar ranking UEFA

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