SALVAÇÃO EM MARCHA
FERNANDO GOMES DEU PONTAPÉ DE SAÍDA FPF lidera projeto e fará propostas em 3 meses. Subir a competitividade é o grande objetivo
Nos próximos meses, Fernando Gomes, presidente da FPF, vai elaborar um projeto para o futebol português, com o contributo dos clubes e a colaboração da Liga, que tem como principal objetivo encontrar caminhos que visem a sustentabilidade e uma maior competitividade interna e, por tabela, internacional.
O primeiro passo desta urgente caminhada foi dado na reunião que Fernando Gomes promoveu em Fátima com os presidentes da Liga e dos clubes. O encontro resultou de conversas anteriores informais e de um ‘SOS’ lançado por muitos dirigentes no sentido de a FPF ajudar a descobrir soluções para vários problemas que se colocam. As preocupações expressas pelo G-15 e a disponibilidade manifestada pelos três grandes viabilizou uma cimeira que pode ter sido o pontapé de saída para uma revolução no futebol português. Na próxima reunião já serão apresentadas propostas concretas.
A perda de competitividade e sobretudo a queda no ranking da UEFA, que tem consequências no número de participantes nas provas europeias, foi um sinal de alarme, mas é apenas um dos assuntos que preocupa os dirigentes. Durante cinco épocas, Portugal ocupou o 5º lugar no ranking, encontrando-se agora na 7ª posição. Estando a França a uma distância que não é possível encurtar nos próximos tempos, o alvo de Portugal é o 6º lugar, que é ocupado pela Rússia.
Desigualdade fiscal
Subir no ranking da UEFA é um ponto de partida objetivo, mas o alerta para a mobilização geral passa por várias questões, designadamente no que respeita à tributação fiscal e aos seguros. São grandes as diferenças que existem no quadro fiscal em relação à maioria dos países europeus, penalizando os clubes portugueses, que enfrentam uma carga que muitos classificam de “brutal” e que obviamente condiciona a contratação de jogadores. Nos próximos tempos irão ser estudadas propostas que tenham em conta o facto de a profissão de futebolista ser de desgaste rápido e considerar incentivos que permitam atrair talento estrangeiro. O diálogo com o Governo torna-se, pois, essencial. Os seguros estão também na linha das preocupações e das prioridades, implicando uma negociação alargada que alivie as taxas que o futebol paga por acidentes de trabalho, por exemplo.
As apostas desportivas consti-
MOBILIZAÇÃO GERAL PASSA POR QUESTÕES COMO APOSTAS, CARGA FISCAL DOS CLUBES E ATÉ SEGUROS DESPORTIVOS
tuem outra das matérias em que a FPF, sempre em consonância com a Liga e os clubes, irá apresentar propostas que tragam mais benefícios ao futebol.
Os quadros competitivos serão também alvo de reflexão, que deverá conduzir a propostas de alteração para executar nas próximas épocas. Embora haja a perceção de que o número adequado de participantes na 1ª Liga seria de 16 equipas, admite-se como pouco provável a redução.
Já a reestruturação do modelo do segundo escalão é reconhecidamente uma necessidade, uma vez que não se trata de um campeonato que se sustente por si próprio. O suporte financeiro da competição, para além do investimento do sponsor, é baseado num regime de solidariedade proveniente dos cofres dos 1ª Liga e da UEFA. *