PROCESSO A JÓIA ARQUIVADO EM JULHO
José Manuel Constantino apresentou queixa há dois anos por ameaças físicas
Dois anos depois, a queixa apresentada por José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, contra Rogério Jóia, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), foi arquivada.
Na edição de ontem, Record revelou que Constantino questionou no último Conselho Nacional do Desporto (CND) o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, sobre a situação, tendo o governante prometido “averiguar a situação”. Ao que o nosso jornal conseguiu apurar, a queixa de Constantino foi, na verdade, arquivada há vários meses, concretamente no dia 13 de julho. A conclusão do processo e respetivo arquivamento é assinada por Filipe Pais, chefe de gabinete de João Paulo Rebelo, e confirmada pelo próprio secretário de Estado.
Jóia assegurou a Record que este assunto está “morto”. “O processo em causa está arquivado e para mim morto, pelo que não teço mais comentários acerca deste tema. Aliás, não existe qualquer processo pendente neste momento”, lembrou.
O atual presidente da ADoP desconhece ainda qualquer tipo de pressão por parte do COP no sentido de não o reconduzir no cargo e ‘atira-se’ a Constantino. “Desconheço por completo qualquer questão relativa a esse assunto e apenas o Governo poderá responder a essa questão, pelo que nada mais por agora, posso adiantar. A única coisa que posso dizer é que enquanto eu presidir à ADoP sou eu a mandar na ADoP e não o dr.
“ENQUANTO EU PRESIDIR À ADOP SOU EU A MANDAR, NÃO É O DR. CONSTANTINO”, ASSEGUROU JÓIA
José Manuel Constantino por si próprio ou por interpostas pessoas. A ADoP trata todos os atletas por igual, não beneficiando os que são amigos do dr. Constantino e prejudicando os que levantam a voz contra ele. Enquanto eu for presidente da ADoP não admito interferências para prejudicar este ou aquele”, assegurou.
Jóia não acredita que o tema tenha sido chamado à reunião do CND. “Duvido e não quero acreditar que os senhores conselheiros opinassem sem ouvir o contraditório, de mais a mais sobre um assunto que já está arquivado e que nada tem a ver com a missão do CND. Mas se tal aconteceu, então tenho de concluir que na senda do que tem vindo a fazer, o dr. Constantino tentou manipular uma instituição altamente importante no desporto para perseguir o Presidente da ADoP. Isto diz bem do caráter deste senhor, ou melhor, da falta dele. Mas deixeme que lhe diga, que tudo o que vem da parte do dr. José Manuel Constantino, há muito que já não me espanta.” *