É PRECISO RECUAR 47 ANOS PARA ENCONTRAR UM LEÃO MELHOR QUE O DE KEIZER
Há 47 anos que o Sporting não marcava tantos golos em sete jogos consecutivos. O leão de Vaz apontou 35, mas o de Keizer tem traço distintivo
TRÊS MÃOS-CHEIAS DE GOLOS PARA A HISTÓRIA IMPRESSIONANTE MARCA DOS LEÕES EM 1970/71 FOI POSSÍVEL GRAÇAS A UMA IMPENSÁVEL VITÓRIA: 21-0 AO MINDELENSE
A chegada de Marcel Keizer a Alvalade transformou o Sporting de uma ponta à outra, com especial incidência na fome de golos revelada pelos leões ao longo dos últimos sete jogos. Na Taça de Portugal, o Rio Ave foi a mais recente vítima do verdadeiro rolo compressor que tem sido a imagem de marca dos verdes e brancos e sinónimo de… recordes. Os impressionantes 30 golos marcados na referida série de jogos não é propriamente caso único na história, mas é algo que Alvalade não vê há quase 50 anos.
Para encontrarmos a última máquina do Sporting ainda mais goleadora do que aquela que Keizer construiu é preciso recuarmos à longínqua época 1970/71. Às ordens do português Fernando Vaz, a equipa onde pontificavam Damas, Fernando Peres ou Lourenço marcou 35 golos em apenas sete jogos, entre maio e junho de 1971, todos eles na Taça de Portugal, competição que na altura se disputava no final da época. Para tal marca em muito contribuíram os 8-0 ao Oriental, nos ‘16 avos’, e os impensáveis... 21-0 ao Mindelense, na ronda seguinte. Daí em diante seguiu-se um triplo duelo com o Belenenses (2-2, 0-0 e 2-1) e mais dois jogos com o V. Setúbal (1-1 e 10). Apesar de já não entrar nestas contas, refira-se que o Sporting acabou mesmo por vencer a prova, ao bater o rival Benfica, por 4-1, no mítico Jamor.
Com o cunho... Keizerball
O termo ‘Keizerball’ ficou celebrizado nas redes sociais e personifica o traço distintivo do novo Sporting, ou seja, o elevado número de golos que contrasta claramente com a imagem que os leões tinham deixado no início da temporada com José Peseiro. Neste sentido, e apesar de o registo atual ser ligeiramente inferior àquele de há 47 anos, sublinhe-se que a cadência dos golos ao longo dos sete jogos é totalmente distinta. Enquanto o Sporting de Fernando Vaz festejou o grosso dos golos em apenas dois jogos, o leão de Marcel Keizer é mais regular na forma como chega ao fundo das redes diante de diversos adversários.
Com efeito, tanto nas partidas referentes ao campeonato (Rio Ave, Aves e Nacional) como nas da Taça de Portugal (Lusitano e Rio Ave) e Liga Europa (Qarabag e Vorskla), os verdes e brancos marcaram sempre mais de três golos em cada. Para se ter uma imagem de comparação, nos 17 jogos anteriores à chegada de Keizer os leões marcaram três ou mais golos num só jogo por apenas quatro vezes (Moreirense, Marítimo, Portimonense e Boavista).
Defesa ainda por afinar
Se o ataque tem carburado, o mesmo não se pode dizer quanto ao sector mais recuado da equipa. Na série de jogos em análise, o Sporting concedeu em todos, menos na receção ao Vorskla (3-0), e nos últimos dois, quando acolheu Nacional e Rio Ave, sofreu quatro golos no total. É caso para dizer que o estilo de futebol holandês, com vários golos marcados mas também sofridos, está à vista de todos. *