Record (Portugal)

“Rui Vitória? O copo de vinho fica para os amigos...”

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Trouxe a questão do tempo útil de jogo em Portugal para o debate. É umtemaque vai levar à próxima reunião de técnicos? SC – É, sim. Estive nos dois últimos fóruns de treinadore­s da Liga dos Campeões promovidos pela UEFA e esse foi um dos temas mais falados. É um assunto fundamenta­l, mesmo para a qualidade de jogo, para as tais tendências evolutivas do jogo, esse é um fator que acho extremamen­te importante. Eu treinei equipas pequenas e compreendo perfeitame­nte as estratégia­s que as equipas encontram para quebrar um pouco o poderio da equipa adversária, mas há situações que são exageradas, completame­nte exageradas. Depois há um pouco de condescend­ência da parte dos árbitros, e aí temos de melhorar.

Acha que os treinadore­s vão entender-se? Isto tendo em con- ta que o Sérgio tem algumas fricções dentro da classe...

SC – Acho que sim, estou completame­nte de acordo com essa partilha de experiênci­as. Quando o José Couceiro me ligou a propor essa reunião, disse-lhe logo que sim. Acho que é fundamenta­l no futebol português, até para discutir a calendariz­ação, uma data de questões que são fundamenta­is e que nós, treinadore­s, sentimos de uma forma diferente que se calhar os dirigentes não sentem. Em relação às fricções... Agora nos Açores, com o João Henriques, estive dez minutos no gabinete dele, atenção. Estivemos a falar, a falar da família. Sei que a família está cá, que a esposa é professora, que tem duas filhas… Veja lá o que eu sei de um treinador so- bre o qual toda a gente pensava que eu tinha um atrito com ele!

Depois das fricções costuma fazer as pazes...

SC – Eu sou impulsivo e muitas vezes digo a verdade às pessoas, pelo menos aquela que é a minha verdade, mas depois as coisas passam. Não sou de guardar rancor.

Se treinasse em Inglaterra, só com o Rui Vitória é que não beberia um copo de vinho depois do jogo?

SC – Não sei como seria em Inglaterra. Aqui já tive a oportunida­de de explicar a situação. No jogo da Luz tive também a particular­idade de ir ter com ele para o cumpriment­ar, ele achou que estava magoado comigo, que não me devia cumpriment­ar e a partir desse momento penso que não. O copo de vinho fica para os amigos… *

“COMPREENDO AS ESTRATÉGIA­S QUE AS EQUIPAS ENCONTRAM PARA QUEBRAR O PODERIO DOS GRANDES, MAS HÁ EXAGEROS”

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