“Ficaria feliz se Cristianinho seguisse carreira de jogador”
CR - A Juventus tem esse objetivo todos os anos e tem estado perto, mas há outras equipas que também o têm e… só pode ganhar um. Não deve ser uma obsessão para nós, mas é evidente que vamos lutar com todas as nossas forças para conquistar esse troféu.
O que foi mais difícil para si na adaptação ao futebol italiano?
CR - Não consigo apontar nada em concreto. Há várias coisas diferentes e é preciso tempo, mas o essencial, que é a vontade de trabalhar, a determinação e empenho em cada treino, emcada jogo, isso não muda, independentemente do sítio onde esteja.
Sente-se sujeito a marcações mais apertadas emItália?
CR - Não em relação só a mim. Sempre que
jogo sou alvo de marcações apertadas, mas sinto que há diferenças entre a liga espanhola e a Seria A.
Que diferenças?
CR - De uma forma geral, acho que em Itália há menos espaço para atacar do que em Espanha e em Inglaterra. As equipas aqui são muito bem organizadas taticamente e são bastante eficazes no processo defensivo.
Já bateu vários recordes desde que está na Juve. Tem algum em vistaque não queirafalhar?
CR - Eu não vivo a pensar em bater recordes. Trabalho para ajudar o clube e para estar ao meumelhor nível. O resto surge comnaturalidade. Massimo Allegri disse sobre CR: “Ele estáafazermuito pornós. Não marcasó golos, mas tambémassiste oscompanheiros. Temumaqua- lidade que nos permitiu dar um passo à frente em termos da qualidade de jogo”. Esta avaliação do treinador está em sintonia com a perceção que temdarealidade? CR - Fico satisfeito por sentir que o meu contributo é valorizado pelo treinador e pelos meus companheiros. Desde o primeiro dia fui recebido de forma fantástica por todos. Procuro retribuir a confiança e o apoio com trabalho e com aquilo que posso dar à equipa dentro de campo. Para já, os resultados têm sido bons, mas a época é longa e queremos continuar a ganhar e a jogar bem.
Estápreparado para‘pagar’ a dívida que tem para com Allegri e marcar todos os penáltis daJuventus como ‘castigo’? CR – [sorri] Está combinado! Qual o segredo para se manter dez anos no topo do futebol mundial?
CR - Muita dedicação, muito trabalho, alguns sacrifícios, muita paixão pela profissão que escolhi, por aquilo que sempre quis fazer, que era jogar futebol ao mais alto nível. Sinto todos os dias o entusiasmo por estar fazer o que mais gosto. Continuo a sentir motivação para dar o máximo em todos os treinos, todos os exercícios. Continuo a querer melhorar e a ajudar a minha equipa a ganhar jogos e troféus. Numa década, o futebol mudou muito?
CR - Cada vez há menos espaço e tempo no campo. O nível técnico, tático e físico de todas as equipas subiu, pelo que as provas se tornam cada vez mais difíceis de ganhar. É por isso que é preciso trabalhar sempre com a máxima entrega para conseguir continuar no topo. E ofutebolde Cristiano Ronaldo, em que medida e aspetos também mudou?
CR - Com o acumular de experiência, aprendem-se algumas coisas, ganham-se algumas coisas. A experiência também permite ter um conhecimento do nosso corpo e até do jogo em si, que faz que com façamos as coisas de forma mais racional.
Define um ano para terminar a carreira?
CR - Não tenho um ano ou uma meta para terminar. Sinto que estou muito bem em todos os aspetos e vou trabalhar para continuar assim por mais anos. * Afamaincomoda- o?
CR - Não me posso queixar. Sempre quis jogar futebol ao mais alto nível, e estar no topo significa estar exposto mediaticamente. Sei viver com isso. Mesmo que haja algumas coisas que não posso fazer como uma pessoa que não seja famosa.
Já ensinou Cristianinho abater livres?
CR – [risos] Jogo futebol com ele desde que ele era muito pequeno e fico feliz por vê-lo desfrutar do jogo. Acompanho a evolução dele com interesse, mas não quero pressionar a nada. Quero que os meus filhos tomem as suas próprias escolhas, mas não escondo que ficaria feliz se o Cristiano quisesse seguir a carreira de jogador de futebol. Qual o seu prato preferido? CR - Um bom bife na brasa.
O último concerto que viu… e gostou?
CR - Jason Derulo.
E o melhor filme?
CR - Gosto muito de ver séries e documentários sobre vários assuntos.
Umjogo memorável?
CR - No clube, talvez a final da Champions em Milão [Real Madrid-At. Madrid, n.d.r.]. Um jogo muito difícil, decidido nos penáltis, onde marquei o último. O mais sentido de todos, por más razões - a minha lesão - mas sobretudo por excelentes razões - a nossa vitória -, nunca me esquecerei da final do Europeu’2016.
Umvoto para 2019.
CR - Amor, paz e saúde. *
“EM ITÁLIA HÁ MENOS ESPAÇO PARA ATACAR (...) AQUI, AS EQUIPAS SÃO MUITO BEM ORGANIZADAS TATICAMENTE” “SINTO TODOS OS DIAS O ENTUSIASMO POR ESTAR A FAZER O QUE MAIS GOSTO (...) CONTINUO AQUERER MELHORAR”