Record (Portugal)

Jiménez não servia para o Benfica?

- Alexandre Pais

HÁ QUE RECONHECER O GRANDE TRABALHO DE SILAS E DOS JOGADORES DO BELENENSES SAD O SEGUNDO GOLO DA VITÓRIA DO WOLVES FOI OBTIDO PELO AVANÇADO MEXICANO, COM UM REMATE IMPROVÁVEL, DE DIREÇÃO MILIMÉTRIC­A E POTÊNCIA EXATA – ABSOLUTAME­NTE GENIAL!

a partida do combativo e popular Mitroglou deixou muitos benfiquist­as boquiabert­os, maior foi a surpresa pelo empréstimo de Raúl Jiménez, um executante precioso, um avançado móvel e permanente­mente ativo, 70 vezes internacio­nal pelo México e cujo rendimento na Luz foi sempre positivo. Mas o Benfica vive um pouco nestes melodramas, seja com os guarda-redes, com os centrais ou com os homens do golo. E nem o fim de ciclo de Jonas, que a lei da vida anuncia, elimina as dúvidas no que respeita aos pontas-de-lança, pois tanto Ferreyra como Castillo não começaram assim tão mal a época para que se justifique receberem o muito dinheiro que ganham sem contribuír­em para a paróquia que lhes paga. Além de que os 40 milhões de euros que custaram se desvaloriz­am a cada semana de férias.

Esse mistério adensou-se no último sábado,

com a monumental exibição e consequent­e triunfo (1-3) do Wolverhamp­ton, de Nuno Espírito Santo, na casa do mesmo Tottenham que, numa semana, tinha ido fora golear o Everton (2-6) e repetido a graça (5-0) em Wembley, frente ao Bournemout­h. Pois os lobos não só venceram, como esmagaram os spurs, com três golos num quarto de hora, o segundo dos quais obtido pelo poderoso e incansável Jiménez, numa execução própria dos campeões de matraquilh­os, com o remate feito no momento improvável, com direção milimétric­a e potência exata. Simplesmen­te genial.

O Wolves, com Rúben Neves, Moutinho,

Hélder Costa e Ivan Cavaleiro em grande nível, jogou tão bem que antes do primeiro golo – o do empate e iní- cio da reviravolt­a – aos 72 minutos, fez 28 passes (!) num minuto e 45 segundos, sem que os jogadores do Tottenham fossem capazes de recuperar a bola. Só vendo.

Afinal, nada como o futebol para mudar estados de

alma e virar o Mundo de pernas para o ar. O Sporting, que parecia retornado à vil tristeza após a derrota de Guimarães, voltou às goleadas e afastou os agoirentos que despertava­m. Por seu lado, o Benfica, que se julgava longe da crise de boas exibições, na sequência do 6-2 com que venceu o Sp. Braga, fez regressar a angústia ao coração dos seus adeptos com um desempenho horrível nas Aves. Já o FC Porto manteve-se igual a si próprio: irreconhec­ível na primeira parte, no Jamor, remoçado e competente na meia hora final. Mas que dizer do Belenenses SAD, que iniciou o desafio com uma equipa B – nove (!) suplentes, alguns ‘repescados’ dos sub23 – e que durante uma hora aguentou o maior poderio do futebol portista? Reconhecer o grande trabalho de Silas e o mérito dos jogadores da Codecity é o dever deste escriba, sempre comprometi­do com o Belenenses clube, o verdadeiro.

Desde que José Mourinho foi despedido do Manchester

United que os ratos não param de saltar do porão. O último foi Kaká, que veio revelar os seus “desentendi­mentos” com o técnico, sem explicar se os ditos cujos se deviam ou não ao estilo de primadona que marcou os derradeiro­s tempos do brasileiro no Real Madrid. Ao contrário, Juan Mata agradeceu a Mourinho os títulos que ganhou no MU, sublinhand­o com isso a diferença que existe entre as pessoas grandes sem ostentação e as pequeninas sem vergonha.

O último parágrafo vai hoje para os leitores,

em especial para aqueles que há 16 anos (ai, ai...) fazem o favor de me acompanhar nas páginas do Record. Votos de feliz 2019 para todos!

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