O ÚLTIMO REI PORTUGUÊS
Depois de Domingos, em 1995/96, nenhum compatriota foi o melhor marcador da Liga
Domingos Paciência, um nome para sempre ligado à história do futebol português e especialmente do FC Porto, assinala hoje uma data especial. O antigo avançado, que foi uma referência da década de 90, faz 50 anos. Sexto melhor concretizador da história dos dragões e com sete campeonatos no palmarés, Domingos
EM 22 TEMPORADAS, O PROTAGONISMO PERTENCEU TOTALMENTE A GOLEADORES VINDOS DO ESTRANGEIRO
detém mais um registo que faz dele uma figura incontornável a nível nacional. Melhor marcador da Liga na época 1995/96, com 30 tentos, foi o último português a ser coroado rei dos goleadores, liderando um pódio ao qual também subiram João Vieira Pinto (Benfica) e Constantino (Leça). Um trio totalmente nacional.
Um feito que Domingos perseguiu durante muitos anos e que acabou por alcançar à terceira tentativa. Em 1990/91 foi batido pelo benfiquista Rui Águas mesmo sobre a linha de meta e em 1994/95 deixou escapar o cetro para o marroquino Hassan, então do Farense. O portista não perdeu o sentido da baliza e manteve a onda goleadora, atingindo o lugar mais alto do pódio na segunda época sob o comando de Bobby Robson, confirmando a qualidade que vinha demonstrando desde os tempos em que deu os primeiros pontapés na bola na equipa principal do FC
Porto, com 18 anos.
De 1996 para cá nenhum produto nacional logrou vencer a Bota de Ouro Record e poucas foram as vezes em que houve presenças portuguesas entre os três melhores concretizadores. Gigantes como Mário Jardel, vencedor por cinco vezes, Liedson, que na altu-
ra dos triunfos ainda não tinha dupla nacionalidade, Jackson Martínez e Jonas assumiram especial protagonismo neste período e tudo indica que esta época os lugares cimeiros voltem a ser ocupados pela legião estrangeira. A pouca quantidade de avançados portugueses favorece esse cenário. *