Há pernas para tanto?
Lan ada em 2007, a Taça da Liga foi uma excelente ideia. Permitiu um significativo encaixe financeiro aos clubes, sobretudo nos primeiros anos, ao mesmo tempo que abria um novo espaço competitivo muitas vezes usado para dar rodagem a futebolistas menos utilizados. Mas o contexto alterou-se profundamente e, agora, acaba por agravar um problema dos principais clubes.
Em2007/08, aLiga portuguesa era disputada em 30 jornadas por 16 clubes. Em 2014/15, houve a reintegração do Boavista, que tornou necessário o alargamento para 18 clubes e 34 jornadas. Apartir do momento em que isso aconteceu, as equipas portuguesas ficaram com um dos calendários mais sobrecarre-
COM A LIGA A 34 JORNADAS, MUITO FACILMENTE UM GRANDE PASSA OS 50 JOGOS NUMA ÉPOCA
gados da Europa. O vencedor da Taça da Liga faz, no mínimo, cinco jogos; o vencedor da Taça de Portugal faz, pelo menos, sete. Como muitas vezes estamos a falar de ‘grandes’, é preciso somar os jogos das provas europeias, sendo que uma fase de grupos da Champions ou da Liga Europa implica mais seis partidas. Ora, já estamos a falar de 52 jogos numa temporada, aos quais se podem somar pré-eliminatórias europeias e, se a coisa correr bem, mais confrontos após a fase de grupos. Na época passada, o Sporting chegou aos 60; o Bayern, mesmo com ‘meias’ da Champions, ficouse pelos 53.
Nos próximos dois meses, é muito provável que os grandes joguem quase sempre duas vezes por semana. Para os adeptos, é um fartote. Mas num futebol habituado a contar todos os trocos, a manta ficará curta. Quando se voltar a falar de ranking UEFA, é bom ter isso em consideração.