Record (Portugal)

Há pernas para tanto?

- Sérgio Krithinas Editor

Lan ada em 2007, a Taça da Liga foi uma excelente ideia. Permitiu um significat­ivo encaixe financeiro aos clubes, sobretudo nos primeiros anos, ao mesmo tempo que abria um novo espaço competitiv­o muitas vezes usado para dar rodagem a futebolist­as menos utilizados. Mas o contexto alterou-se profundame­nte e, agora, acaba por agravar um problema dos principais clubes.

Em2007/08, aLiga portuguesa era disputada em 30 jornadas por 16 clubes. Em 2014/15, houve a reintegraç­ão do Boavista, que tornou necessário o alargament­o para 18 clubes e 34 jornadas. Apartir do momento em que isso aconteceu, as equipas portuguesa­s ficaram com um dos calendário­s mais sobrecarre-

COM A LIGA A 34 JORNADAS, MUITO FACILMENTE UM GRANDE PASSA OS 50 JOGOS NUMA ÉPOCA

gados da Europa. O vencedor da Taça da Liga faz, no mínimo, cinco jogos; o vencedor da Taça de Portugal faz, pelo menos, sete. Como muitas vezes estamos a falar de ‘grandes’, é preciso somar os jogos das provas europeias, sendo que uma fase de grupos da Champions ou da Liga Europa implica mais seis partidas. Ora, já estamos a falar de 52 jogos numa temporada, aos quais se podem somar pré-eliminatór­ias europeias e, se a coisa correr bem, mais confrontos após a fase de grupos. Na época passada, o Sporting chegou aos 60; o Bayern, mesmo com ‘meias’ da Champions, ficouse pelos 53.

Nos próximos dois meses, é muito provável que os grandes joguem quase sempre duas vezes por semana. Para os adeptos, é um fartote. Mas num futebol habituado a contar todos os trocos, a manta ficará curta. Quando se voltar a falar de ranking UEFA, é bom ter isso em consideraç­ão.

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