Hino à resistência

entrevista que Jackson Martínez dá a Record é um testemunho emocionante que, como ele próprio o diz, faz-nos olhar a vida de outra forma. O colombiano passou – e socorro-me de novo a palavras suas – “um calvário que ameaçou levar-me o sonho”. Jackson não permitiu que o destino matasse o seu sonho.

Quase dois anos depois de ter feito o último jogo, Jackson regressou à competição no passado dia 15 de setembro. Hoje, volvidos alguns jogos e também o reencontro com os golos, o jogador descreve os momentos difíceis por que passou – e cujo sofrimento ninguém imagina – e que continua a passar. “É uma luta diária”, confessa, sem esconder as dores de madrugada ou a tentação de levantar o braço e pedir a substituição. Resiste, “cerra os dentes” e continua em campo.

É impossível ficar insensível ao “calvário” de Jackson, pelo que quando ele relata o instante de alegria quando marcou um golo que não valeu, o leitor – a começar por mim – amaldiçoa o vídeo-árbitro por ter cometido a crueldade de ter roubado esse momento a Jackson. Felizmente, não demorou a revivê-lo na felicidade plena que merecia. Neste início de ano, Jackson é uma fonte de inspiração e um exemplo de que, de facto, o que nos é dado pode ser-nos tirado num ápice. Uma boa razão para sabermos viver verdadeiramente a vida.