Record (Portugal)

LÍDER DE FERRO

O golo de Militão chegou para garantir a 17.ª vitória consecutiv­a e o aumento da vantagem na liderança, mas não evitou um valente susto

- CRÓNICA DE RUI SOUSA

Quando Nildo acertou em cheio na barra da baliza de Iker Casillas e logo a seguir João Pinheiro apitou para o final do jogo, ouviu-se um suspiro de alívio coletivo no lado do FC Porto Os três pontos foram para o Dragão e com eles o aumento da vantagem para cinco pontos em relação ao segundo lugar, ocupado agora pelo Sporting, e com o clássico de Alvalade marcado para o próximo dia 12, mas a equipa de Sérgio Conceição não se livrou de um valente susto nas Aves

A estrelinha de campeão brilhou na noite de 3 de janeiro, fazendo lembrar a vitória arrancada a ferros precisamen­te no mesmo dia de 2018, quando os portistas venceram no terreno do Feirense Um triunfo igualmente sofrido e de extrema importânci­a Na altura colocou os dragões na liderança isolada da classifica­ção e agora permitiu-lhes desfrutar da maior vantagem obtida até ao momento neste campeonato Coincidênc­ia ou talvez não, o certo é que se enquadrou no grau de importânci­a que Sérgio Conceição atribuiu para este jogo

O técnico dos dragões estava preocupado com o eventual desvio do foco que pudesse existir na sequência da quadra natalícia e avisou para os perigos que advinham de uma reentrada na Liga num terreno tradiciona­lmente di- fícil O FC Porto até arrancou bem no jogo, começou por criar uma dupla oportunida­de para marcar por Soares e Marega, e chegou à vantagem à passagem dos 25 minutos, fazendo aquilo que não tinha conseguido nos quatro anteriores jogos disputados a nível interno, ou seja, abriu o marcador Um golo polémico, na sequência de um lance confuso, mas que confirmou a importânci­a de Éder Militão também no momento ofensivo Até ao intervalo os dragões foram sempre superiores ao adversário e Soares viu Beunardeau negar-lhe novamente o golo com um grande voo Visivelmen­te desgastada, a equipa de Sérgio Conceição foi reduzindo o ritmo durante a segunda parte e colocou-se a jeito de maiores sobressalt­os Brahimi evidenciou sinais de fadiga e teve mesmo de sair, Soares e Marega tornaram-se presas fáceis para os defesas do Aves e a partir daí José Mota arriscou tudo

Aves apertou

A entrada de Bruno Gomes para o lado de Derley, com Mama Baldé e Nildo abertos nas alas, colocou novos problemas a Sérgio Conceição, que se viu obrigado a povoar o meio-campo com a entrada de

Óliver Torres para ajudar Danilo Pereira e Herrera A intenção não passou disso mesmo e os dragões perderam o controlo do jogo, vendo os alas do Aves a circular em excesso de velocidade e a aproximare­m-se com perigo da baliza defendida por Casillas Não surpreende­u por isso que a equipa de José Mota tenha chegado ao final do encontro com mais remates do que os dragões e com uma supe- rioridade total na segunda parte (10 contra 4) A única vez que o FC Porto criou perigo durante esse período foi através de um cabeceamen­to de Danilo Pereira, aos 60’, a correspond­er a um livre teleguiado de Alex Telles Depois de várias ameaças, ainda que sem grande aperto, o golpe de mestre dos avenses estava guardado para os descontos, quando Nildo aproveitou uma falta desnecessá­ria de Herrera para acertar em cheio na barra e levar os nervos dos dragões ao extremo

Clássico à vista

Independen­temente de tudo, o FC Porto somou a 17ª vitória consecutiv­a e colocou-se apenas a uma do recorde nacional que pertence a Jorge Jesus, no Benfica, lançando os dados para a receção ao Nacional e para o tal clássico de Alvalade, dentro de oito dias

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