GRITO DE REVOLTA 4 MESES DEPOIS
Marítimo encarou jogo como um afinal e soube ser competente. Algarvios esbarraram em Charles
Quatro meses depois da última vitória, nas Aves, o Marítimo voltou a sorrir pondo fim a um dos ciclos mais negros da sua história: 16 jogos sem vencer em todas as competições, 11 na Liga. E fê-lo com a faca nos dentes, exibindo uma atitude e qualidade que andava arredia nos últimos tempos e que serve de inspiração para o resto do campeonato. Mesmo sem Nakajima e Jackson, o Portimonense não foi pera doce e valorizou a vitória madeirense, alicerçada na exibição fantástica de Charles. Num ‘caldeirão’ bem composto, o Marítimo entrou forte no jogo e rapidamente criou situações para finalizar, revelando assinalável dinâmica e boa exploração dos flancos. Mas só acertou no alvo à beira do intervalo, num livre exemplar de Edgar Costa à entrada da área. Pelo meio perdeu Fabrício por lesão e viu Charles ‘segurar as pontas’ com três defesas de grande qualidade perante remates de fora da área de Pauli- nho, Dener e Lucas Fernandes.
Nervos nos últimos minutos
Num jogo em que o Marítimo não podia falhar, percebeu-se em certos momentos alguma intranquilidade, que o Portimonense tentou aproveitar, ganhando a bola com alguma facilidade e aproximando-se com perigo da baliza de Charles. O guardião voltou a estar à altura e a solidez defensiva até foi assinalável, com preciosa ajuda do gigante Vukovic no meio-campo, mas nos minutos finais voltaram os nervos: depois de Correa ter feito o 2-0, que se pensava decisivo – num bom lance que começou numa arrancada do suplente Barrera – um erro numa saída de bola originou um penálti de Bebeto sobre Manafá, que Paulinho converteu. O Portimonense fez o adversário sofrer até o fim e deu mais valor a uma vitória que representa uma espécie de grito de revolta. *
PORTIMONENSE REMATOU MAIS VEZES À BALIZA, MAS SÓ BATEU O INSPIRADO CHARLES NUM PENÁLTI JÁ NOS DESCONTOS