Record (Portugal)

“NÃO É O MOMENTO PARA REGRESSAR A PORTUGAL”

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Já admitiu que não quer voltar a Portugal tão cedo. “Sinto-me mais valorizado no estrangeir­o”, disse na entrevista a Record em julho. Porque diz isto?

PF - Tem a ver, principalm­ente, com o projeto que delineei para a minha carreira e também porque sinto que sou muito respeitado e acarinhado no estrangeir­o. Não é que não tenha sido em Portugal. Mas acho que não é o momento para regressar a Portugal. Um dos motivos é porque quero estar nas principais ligas europeias e também tem a ver, e não posso escondê-lo, com aspetos financeiro­s.

Sente que as pessoas criaram uma má imagem de si como treinador por causa da etapa no FC Porto, a única que acabou mais cedo do que o previsto?

PF - Poderão ter criado. A imagem é criada em função dos resultados e esses não foram os desejados no FC Porto. Muitos adeptos do FC Porto podem ter ficado com uma imagem menos positiva de mim, o que compreendo perfeitame­nte. Agora, é preciso ver que o futebol é o momento e, se calhar, muitos já mudaram essa imagem. Quando fui para o FC Porto tinha apenas um ano de 1ª Liga e num clube de outra dimensão. Olhando para trás, não me custa reconhecer que devia ter dado outro passo antes de ingressar no FC Porto, mas há oportunida­des que surgem e nós temos de aproveitá-las. Se fosse hoje, faria a mesma coisa, embora agora tenha outra experiênci­a e conhecimen­to que não tinha na altura.

É verdade que, em 2013, ano em que foi para o FC Porto, esteve muito perto do Benfica?

PF - Não, não estive muito perto do Benfica. Na altura, falava-se da saída do Jorge Jesus e possivelme­nte o meu nome foi falado para o Benfica. A verdade é que nunca houve nenhuma conversa entre mim e o presidente do Benfica. Apenas rumores, provavelme­nte conversas entre agentes. Conversas diretas entre mim e o Benfica nunca acontecera­m.

E desde que foi para o estrangeir­o já teve convites para regressar a Portugal?

PF - Abordagens diretas não. Mas indiretas houve...

PF - Indiretas sim... Mas esbarram na minha vontade, que é continuar no estrangeir­o. As coisas não passam dessas tentativas de abordagem.

E qual foi o clube?

PF - Não vou dizer. Mas foram dos melhores clubes portuguese­s.

“OLHANDO PARA TRÁS, NÃO ME CUSTA RECONHECER QUE DEVIA TER DADO OUTRO PASSO ANTES DE INGRESSAR NO FC PORTO” “[EM 2013] FALAVA-SE DA SAÍDA DE JESUS, MAS NUNCA HOUVE CONVERSAS ENTRE MIM E O PRESIDENTE DO BENFICA”

Acreditamo­s que continue a acompanhar o futebol português. Qual é a equipa mais forte?

PF - Confesso que não tenho acompanhad­o como desejaria. Mas acho que é evidente que a equipa mais forte é o FC Porto, e muito por mérito do Sérgio Conceição. O que sinto quando vejo os jogos é que o FC Porto está com uma ambição, provocada pelo seu treinador, difícil de ser contrariad­a.

Qual é a equipa que joga melhor futebol?

PF - Isso é subjetivo.

Dentro dos critérios que acha que uma equipa deve ter...

PF - O que eu defendo para o jogo é muito específico, muito meu, e dificilmen­te vou ver projetado noutra equipa. Mas dentro do que é a ideia de jogo do seu treinador, o FC Porto joga bem. Ainda não tive a oportunida­de de ver o Sporting com o Marcel Keizer, mas todos dizem que está a jogar bem. Não posso avaliar porque não vi. Alguma equipa ou treinador que o tenha surpreendi­do?

PF - Há vários. Bem, um deles já conhecia bem e vem confirmar o que pensava dele: o Abel Ferreira. É um jovem que vai chegar longe porque tem muito talento. Há outros treinadore­s que têm vindo a construir algo positivo. Gostei muito do trabalho do José Gomes, já que o Rio Ave jogava um futebol muito interessan­te; o Luís Castro, o Ivo Vieira também promoveu uma ideia de jogo corajosa no Moreirense. As equipas revelam algo mais do que apenas querer ganhar e isso é essencial.

Elogiou o Abel Ferreira. É o trei-

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