Confusão de calendários
Muito se fala sobre a sobrecarga de jogos em janeiro! De facto, é inegável que, para as equipas que têm tido mais sucesso desportivo, é um calendário recheado de jogos. É o preço do mérito.
Não querendo ser paternalista, mas já o sendo, desde o momento em que começámos a trabalhar o calendário desportivo que alertámos para a situação. À data – janeiro estava longe – todos quiseram poupar o agosto, pois as equipas não estavam completas e algumas estavam com pré-eliminatórias das competições europeias. Em conjunto e uníssono, clubes, Liga e Federação fecharam o calendário e, limitados pelas datas FIFA, encaixaram as competições nacionais. Curioso é que o calendário foi publicado em junho de 2018 e só agora se está a ter consciência pública do mesmo.
Já a calendarização dos jogos é algo completamente diferente, pois marcar data e hora de jornadas tão próximas, tendo sempre por escopo defender os atletas, os adeptos, o espetáculo, sem esquecer o operador que, no fim do dia, paga aos clubes os direitos televisivos é, como diz o povo, obra desenganada.
Estamos contentes com a marcação dos jogos deste fim de semana: teremos um clássico às 15h30, hora que a família pode em conjunto ir ao estádio; temos o recémpromovido Santa Clara ao fim de muitos anos a receber o Benfica com a luz do dia; temos a Choupana a ter um jogo às 15 horas com riscos mínimos de nevoeiro. Fizemo-lo pelos adeptos e pelo espetáculo, esquecemos o operador que pode a qualquer momento questionar o seu investimento.
Este tema nunca será isento de críticas, mas com imodéstia afirmo que poucos fariam melhor do que em conjunto, na passada semana, Liga, Federação e clubes conseguiram fazer.