Lage sem pressão
Por muito que a estrutura do Benfica peça títulos a Bruno Lage, o novo técnico encarnado será, um pouco à imagem de Marcel Keizer, um dos que menos pressão deve sentir até final da época. Não que o homem que substituiu Rui Vitória esteja impedido de ser ambicioso, desejar a conquista do título e mesmo de acreditar que o naipe de bons jogadores que tem à disposição lhe permite lutar por títulos. A questão é que não foi ele quem preparou a temporada, não foi ele quem escolheu os reforços, não foi ele quem definiu o plantel e, por último, não foi ele quem despediu Vitória e decidiu pegar na equipa.
O técnico que abandonou a Luz explicou em entrevista televisiva que se sentiu “sozinho em determinados momentos” e que “desde o ano passado” sentiu “menos união”. É que a responsabilidade da conquista de títulos não é só dos treinadores. É verdade que são eles que são corridos quando as vitórias não chegam. Mas isso não os torna nos únicos réus. Diria que muitas vezes são até quem menos culpa tem no cartório. Exigir é fácil. Mas os outros também têm de trabalhar no duro, focados e solidários com quem está no banco.
Lage tem um bom plantel à disposição. Se lhe acrescentarem uns pozinhos, com qualidade para se bater com o FC Porto de igual para igual. E sem Champions. Vale a pena sonhar.