O futebol dos ‘feelings’
Os ‘feelings’ de Bruno Lage têm sido importantes nas suas tomadas de decisões. Arriscam-se mesmo a serem mais famosos do que os do velho cantor romântico dos anos 70, Morris Albert (o nome engana, mas ele é brasileiro), ou até mesmo do mais recente e assertivo ‘I gotta feeling’ dos Black Eyed Peas que acompanhou a nossa Seleção na aventura do Mundial da África do Sul, infelizmente sem grande sucesso – “a culpa foi do Carlos”, lembram-se? (o Carlos por acaso é candidato a ganhar a Taça da Ásia e muito provavelmente está a caminho da Colômbia). Mas voltemos às sensações de Lage que ele próprio confessou publicamente que tiveram impacto nas opções que tomou, como foi, por exemplo, o caso do regresso ao 4x4x2 ou ainda a aposta em Gabriel com o Santa Clara. Ontem, reconheceu ter ficado com a certeza de que seria o líder quando olhou para os jogadores.
No passado, vários treinadores tomavam decisões com base em perceções, bastas vezes revelando enorme capacidade de improviso. Hoje, o futebol é mais produto da ciência do que da criatividade. Mas apesar disso, continua a haver lugar para decisões que não se sustentam exclusivamente em dados estatísticos, sejam eles técnicos ou físicos. Existe espaço para o ‘velho feeling’ do ‘míster’ mesmo entre aqueles treinadores que respondem pelo nome de professor.