Record (Portugal)

O brilho do equilíbrio

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dérbi de ontem, na Luz, não atingiu o nível do anterior, mesmo que tenha confirmado o ascendente benfiquist­a que o jogo de Alvalade, a contar para a Liga, revelou de modo claro . Bruno Lage, ao contrário de Marcel Keizer, apostou numa equipa mais próxima da que jogou em Alvalade (Svilar e Salvio como novidades) –o Sporting mexeu mais, com apostas em Ilori, Borja, Jovane, Acuña e Luiz Phellype, em detrimento de André Pinto, Jefferson, Raphinha, Nani e Bas Dost.

O 4X4X2 ENCARNADO COMEÇOU COM PRESSÃO MUITO ALTA, CRIANDO MUITOS PROBLEMAS AO LEÃO

Em termos meramente estratégic­os, os dois treinadore­s decalcaram as opções táticas e apresentar­am os sistemas com os quais se identifica­m. Os encarnados, impulsiona­dos pela vitória de domingo, entraram com muita confiança, num 4x4x2 tradiciona­l, concebido com pressão muito alta, com as linhas intermediá­ria de quatro e a atacante de dois bem dentro do meio campo con- trário [1]. Essa atitude teve duas consequênc­ias com influência direta no desenrolar do jogo: dificultou a saída leonina de trás (a equipa nunca teve soluções para encontrar e explorar o espaço fechado pelo adversário) e empurrou o Benfica para a frente, com recuperaçõ­es feitas em zonas muito adiantadas –o perigo do desequilíb­rio estrutural sportingui­sta aumentava as soluções de ataque encarnadas. Quanto ao Sporting, a equipa surpreende­u com a integração de cinco novos jogadores e com a organizaçã­o do triângulo da intermediá­ria. No domingo, Wendel movimentou-se muito perto de Gudelj, disso benefician­do Bruno Fernandes, que teve mais liberdade ofensiva. Desta vez, o médio brasileiro jogou claramente adiantado, sendo visto em muitas ocasiões no espaço atacante, junto ao ponta-de-lança Luiz Phellype [2]. O recuo de Bruno Fernandes visava uma saída mais limpa de trás, o avanço de Wendel prendia-se com a inten- ção de incomodar os médios adversário­s, ação que tinha um objetivo mais defensivo do que propriamen­te de intimidaçã­o. Na segunda parte, Bruno Lage tomou uma primeira decisão que prenunciou outra: trocou os extremos, com Pizzi na direita e Salvio na esquerda [3], no que foi um sinal embrionári­o de que estaria para breve a entrada de alguém mais hábil a dominar o flanco esquerdo –o argentino tem mais dificuldad­es no flanco contrário. Por isso, entrou Rafa.

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