Record (Portugal)

Dérbi mais equilibrad­o e leão vivo para abril

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Vitória encarnada pela margem mínima foi justa? Sim. Benfica foi superior durante mais tempo e dominou a primeira parte. No entanto, o dérbi foi muito mais equilibrad­o e o Sporting acabou muito perto do empate, tendo tido mesmo oportunida­des para isso. Um jogo em que a valia das duas equipas foi, no fundo, bem mais próxima e natural.

O Sporting resolveu os problemas manifestad­os no jogo da Liga?

Não. Curiosamen­te voltou a manifestar quase os mesmos, ainda que numa exibição muitos furos acima. Voltou a ter problemas no jogo interior quando a defender, é uma equipa que se desequilib­ra muito quando obrigada a bascular e sem ter uma pedra que consiga ficar-se como número 6. Wendel e Gudelj têm várias qualidades, mas nenhum deles consegue travar ali. O que abre buracos inexplicáv­eis. Depois, na 1.ª parte, houve também dificuldad­es claras no processo de construção, ainda que Ilori esteja alguns furos acima de André Pinto nessa matéria.

A defesa do Sporting voltou a tremer muito?

Sim, mas os problemas defensivos dos leões não se esgotam na defesa. São coletivos. Claro que o facto de jogar com dois elementos em estreia na Luz não ajuda muito à solidez, mas ainda assim o Sporting mostrou algumas melhorias em relação ao jogo de Alvalade. Principalm­ente com Ilori a jogar diminuído em agressivid­ade pelo amarelo mostrado logo ao 2.º minuto do jogo. Refira-se que Coates subiu alguns furos e acabou por ser o líder que um quarteto desconheci­do muito precisava.

O que faltou ao Benfica para resolver a eliminatór­ia na Luz?

Uma aproveitam­ento superior na finalizaçã­o, mas para além disso a verdade é que a exibição de ontem esteve longe da de Alvalade. Por falta de frescura física ou ter pensado que eram favas contadas, o Benfica de Lage nunca mostrou a mesma fome do jogo anterior. João Fé- lix esteve alguns furos abaixo e o elemento decisivo acabou por ser Gabriel, que soube pôr ordem na manobra a meiocampo. Tal como em Alvalade, o Benfica voltou a ter menos posse de bola do que os leões, o que não deixa de ser curioso. Incapacida­de para ter mais bola ou ideia de Lage de procurar as transições ofensivas, dando a bola ao adversário, algo que se poderá entender nos próximos jogos grandes deste Benfica.

Como se mostraram os reforços do Sporting?

Um jogo ingrato para Ilori e positivo para Borja, ainda que no segundo do Benfica podia ter corrigido a colocação. O central leonino teve muito trabalho e soube não perder a cabeça ape- sar de ter levado amarelo muito cedo. Alguns passes falhados e presença no segundo golo encarnado. O lateral colombiano gosta de subir, fê-lo com algum tino e não se encolhe nos duelos diretos. Luiz Phellype trabalhou muito e foi bem melhor travão às saídas dos centrais encarnados do que Dost em Alvalade.

O Benfica pode estar descansado com os reforços do Seixal?

Para ganhar com a formação é preciso acreditar. E dar tempo. Um miúdo como Ferro não nasce ensinado. Precisa de confiança e costas quentes. O rendimento destes jovens vai depender muito dos ensinament­os e crença de Lage. Talento têm eles. Mas no futebol há mais do que isso.

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