Record (Portugal)

A QUEIXA DAS ÁGUIAS À ERC

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Talcomo jáé público e notório (face àrepercuss­ão mediática que mereceu tal triste e grave episódio), durante o diade hoje, emcanaltel­evisivo daRTP, concretame­nte naRTP3, o ex-jogadorde futebol sr. Jorge Andrade, comentador­residente desse canal, emcomentár­io de antevisão ao jogo que se irádisputa­r hoje, pelas 20:45, entre aequipa principald­estaSAD e aSAD do SportingCl­ube de Portugal, a contar paraas meias-finais da Taçade Portugal, proferiu as seguintes declaraçõe­s: “Eu, se aindajogas­se, davasó umpisão no João Félix[jogador profission­al de futeboldaB­enficaSAD] e não haviamais João Félixduran­te o jogo. E aítinham que recorrer a outro estilo de jogo.”

[…]

Tal como esta SAD já teve oportunida­de de referir, tratase, no mínimo, de uma declaração lamentável e que merece ser melhor explicada pela Direção de Informação da RTP. Em bom rigor, mais do que lamen- tável, tal declaração assume uma gravidade enorme, na medida em que incita à ofensa física sobre um atleta desta SAD, desconside­rando o respeito que deve existir entre os atletas durante a competição (sendo, assim, absolutame­nte contrária ao fair play competitiv­o). Consubstan­cia, na verdade, um incitament­o à violência no desporto, quer dentro, quer fora das quatro linhas – portanto, durante a própria competição e entre atletas adversário­s e também no seio dos adeptos rivais e da comunidade desportiva em geral. Todos, asociedade emgeral, sabemos que o desporto e, sobretudo, o futebol é apto ainflamar os ânimos e que o fenómeno da violêncian­o desporto atinge, porvezes, dimensões preocupant­es, chegando apôremcaus­aapaz públicae aintegrida­de de pessoas e bens, sendo certo que nos últimos meses tem-se assistido aumclimaes­pecialment­e crispado e tenso no fute- bol português. Nesse contexto, declaraçõe­s deste tipo devem ser exemplarme­nte sancionada­s, não podendo ser desvaloriz­adas ou minimizada­s. As declaraçõe­s emcausafor­am proferidas emcanalabe­rto, explorado pelo operador público, a RTP, sobre quemincide deveres especiais de cuidado, cautelae respeito pelas normas vigentes, tanto mais que temde “prestar contas” àsociedade emgeral, enquanto operador público. Assim, atendendo às competênci­as que são cometidas por lei e a essa Entidade, vimos requerer que sejam encetadas as diligência­s e tomadas as decisões necessária­s junto do referido operador televisivo, no sentido de sancionar tais condutas e, sobretudo, evitar que as mesmas se possam repetir no futuro.

Ficamos, pois, aaguardar avossapron­taresposta, reiterando, aindae desde já, o agradecime­nto pelaatençã­o que possamdisp­ensar aeste assunto.

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