NAS ONDAS DA NAZARÉ
SUCESSO SÓ COM TRABALHO DE EQUIPA
Por estes dias, o Forte de S. Miguel Arcanjo, na Nazaré, é um ponto de encontro obrigatório para quem admira o surf de ondas gigantes. O ‘canhão’ está ativo, o mar fica alterado e criam-se as condições para que os surfistas aguardem pela formação de ondas que permitam concorrer aos XXL Big Wave Awards. Mas para que seja possível surfar a onda gigante da Praia do Norte, há um conjunto de procedimentos de segurança que todas as equipas têm de respeitar ao pormenor. Isto porque um simples erro pode custar a vida ao surfista e aos pilotos de resgate, que a qualquer momento podem ser obrigados a mudar de papéis. Nic Von Rupp, de 28 anos, é um dos surfistas portugueses – o pai é alemão, mas ele nasceu em Lisboa – que se tem destacado nas ondas da Nazaré e juntou-se ao brasileiro Rodrigo Koxa - que surfou a maior onda de sempre em 2017, precisamente na Nazaré – e a Sérgio Cosme, responsável pela segurança, para formarem uma equipa capaz de abordar o mar da Praia do Norte. É que só desta forma se pode ter sucesso. “Faço surf há muitos anos, mas nos circuitos é um desporto sobretudo individual, apesar de termos os nossos treinadores. O
RECORD ACOMPANHOU A EQUIPA DE NIC VON RUPP E SÉRGIO COSME NO ‘ATAQUE’ ÀS ONDAS GIGANTES DA NAZARÉ
surf de ondas gigantes só é possível através de uma equipa”, lembra Von Rupp, frisando: “O grande objetivo é surfar a maior onda, mas sabemos que não depende só da nossa vontade. É preciso que estejam conjugados muitos fatores.” A equipa dispõe de um hangar no Porto de Abrigo da Nazaré, que serve de base para toda a logística – entre o muito equipamento, chegam a ter ao dispor quatro motas de água, por exemplo. Record acompanhou a preparação de uma sessão de trabalho em busca de ondas gigantes e Sérgio Cosme faz questão de sublinhar que a segurança está sempre acima de tudo. “Esta é uma responsabilidade mútua. O principal responsável pela segurança sou eu, mas dentro da água a responsabilidade é partilhada. O piloto também tem de saber surfar e o surfista tem de saber manobrar a moto de água, pois a qualquer momento pode ter de ser ele a salvar o piloto”. E cá fora também a segurança é a palavra de ordem. “Estamos em permanente comunicação. Quando temos a fotografia e o vídeo que precisamos da onda, a opção é sair. A segurança está primeiro”, frisa. *