Record (Portugal)

HER MANO FER R EIRA

- FÁBIO LIMA

Aos 36 anos, atleta da Escola de Atletismo de Coimbra quer recorde pessoal na maratona

Quatro meses depois da desilusão pessoal na Maratona de Lisboa, onde uma lesão sentida a 10 quilómetro­s da meta o impediu de alcançar o resultado que desejava, Hermano Ferreira volta no próximo domingo à mítica distância. Vai fazê-lo em Sevilha e com um objetivo claro em mente: bater o recorde pessoal. E nem o facto de ter falhado o objetivo em outubro último o demove de voltar a tentar. Antes pelo contrário. “A maior parte das pessoas, depois de falhar, não quer fazer mais maratonas. Eu quero mais! Valho a marca, mas há alguns anos que não a consigo por vários motivos. O dia há de chegar e eu ando à procura dele. Espero que seja em Sevilha”, confessa-nos o atleta de 36 anos, que com esse desejado recorde pessoal (atualmente está em 2:13.28 horas, alcançadas em 2010) carimbará o passaporte para os Mundiais deste ano e, muito provavelme­nte, ficará com pé e meio em Tóquio’2020, onde tem a ambição de ser o primeiro atleta da Escola de Atletismo de Coimbra (EAC) a marcar presença nuns Jogos Olímpicos. Muitos objetivos para uma prova só, é certo, mas isso não parece ser algo que atemorize o experiente atleta que em novembro decidiu trocar o Benfica pelo emblema de Coimbra. A mudança e a forma como foi tratado no adeus à Luz deixaramlh­e alguma mágoa, mas agora tudo faz parte do passado. Assume-se “feliz” com a decisão tomada e deixa um agradecime­nto especial a quem lhe deu a mão. “Se não fossem o Luís Gaspar e os meus patrocinad­ores já teria pos- to um ponto final na minha carreira”, admite Hermano Ferreira.

Recomeçar... a meio

A lesão sofrida em outubro obrigou-o a uma paragem de 25 dias, mas rapidament­e as agulhas foram apontadas para nova tentativa na maratona. Era em Sevilha e nem valia a pena esperar mais. Segundo o próprio, a sua forma física continuou lá apesar da paragem e a preparação que se seguiu demonstrou-o. Foram doze semanas de trabalho árduo, com médias entre os 150 e os 220 km semanais (o pico deu-se entre a 8ª e a 10ª), com alguns bons resultados pelo meio para reforçar a confiança. Venceu a São Silvestre de Via- na do Castelo e a Meia-Maratona Manuela Machado e colecionou outros resultados de realce, algo que atribui também ao ambiente que vive no novo clube. “Aqui estou à vontade. Não tenho aquela pressão de estar no Benfica, onde há outros fatores extra. O objetivo é a maratona e é para a maratona que eu trabalho. Estou a passar por uma boa fase e espero mantê-la até dia 17. Estou com boas sensações. A parte pior da preparação já passou. Agora resta esperar pelo dia, estar tranquilo e desejar que tudo corra bem no dia”, sublinha.

Apoio essencial

Ainda assim, uma coisa está bem clara: caso consiga o apuramento para o Mundial, Hermano só estará lá se tiver o apoio correspond­ente da Federação, até porque todos os gastos que tem (massagens, suplementa­ção, etc...) saem do seu bolso. “Só irei ao Mundial se a Federação me der condições, pois não vou voltar a investir do meu bolso. Se não as tiver, irei preparar uma maratona comercial, pois estou numa fase da minha carreira em que tenho de rentabiliz­ar o mais possível estes últimos anos”, conclui. *

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 ??  ?? DOR. Em outubro, na Maratona de Lisboa, Hermano Ferreira tentou bater o seu recorde, mas uma lesão sofrida na fase final fê-lo terminar a prova em sofrimento evidente. Fez, então, o tempo de 2:20.11 horas
DOR. Em outubro, na Maratona de Lisboa, Hermano Ferreira tentou bater o seu recorde, mas uma lesão sofrida na fase final fê-lo terminar a prova em sofrimento evidente. Fez, então, o tempo de 2:20.11 horas
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