Record (Portugal)

Sólido como uma laje

BRUNOLAGEA­GARROUNUMA­EQUIPAEMDE­PRESSÃO, AGORATEMDE­GERIRAEUFO­RIA. MASÉNOFIMQ­UESE FARÃOASCON­TASESEPERC­EBERÁQUEMC­ONSEGUIU SERMAISREG­ULARNOSÍND­ICESDECONF­IANÇA

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campeonato está relançado. O que já parecia favas contadas para o FC Porto tem agora muito que se lhe diga, com o Benfica a apenas um ponto e o SC Braga a dois. A confiança que reinava no Dragão parece estar a mudar-se para a Luz.

A exibição do Benfica no domingo desafia

a criativida­de na busca por imagens e adjetivos que façam jus à exibição e ao feito estatístic­o do resultado. Houve pouco Nacional – e às tantas um Nacional perdido e entregue –, mas houve sobretudo um Benfica muito confiante.

Com Bruno Lage,

a equipa voltou a ter alegria, a acreditar. As fintas saem bem a Rafa, as recuperaçõ­es de bola a Gabriel ou Samaris, os cruzamento­s e assistênci­as a André Almeida, Pizzi ou Grimaldo. João Félix espalha magia, Seferovic revela-se mais jeitoso do que se supunha, o pé de Jonas não esfriou nem com a lesão e até os dois centrais marcam golos. Confiança, mãe da superação.

Um treinador da equipa B,

com jogadores da equipa B. “Estou a fazer as contas aos quatro reforços, ainda não sei quanto é que eles valem”, dizia Bruno Lage, que já sabia o que tinha em casa. Pa- recia conversa para desviar a atenção da falta de contrataçõ­es em dezembro, mas muita gente terá ficado a fazer as primeiras contas ao preço de Ferro ou Florentino.

Hoje os benfiquist­as preferiam certamente que Luís Filipe Vieira não tivesse visto a luz que adiou a substituiç­ão de Rui Vitória. Mas há que lhe dar crédito pela aposta num treinador ainda sem créditos firmados.

Bruno Lage pegou de estaca.

Em nove jogos leva oito vitórias e uma derrota, registo melhor do que os arranques de Jorge Jesus e Rui Vitória. Agarrou numa equipa em depressão, agora tem de gerir a euforia. Os adeptos estão, por ora, rendidos. Mas falta muito campeonato, embates mais duros e exigentes, esses sim o tira-teimas.

É bom lembrar que no início da prova também o Benfica ia embalado,

o FC Porto vacilava e foi perder à Luz. Depois do jogo, Sérgio Conceição deu uma impression­ante prova de confiança e um estímulo à equipa quando disse: “Talvez esta tenha sido a última derrota no campeonato”. E foi, até aqui. Depois disso, o FC Porto cresceu e o rival lisboeta foi minguando.

A verdade é que menos seis pontos em cinco jogos equivale a duas derrotas.

Mas é no fim que se farão as contas e se perceberá quem conseguiu ser mais regular nos índices de confiança.

A EXIBIÇÃO DE DOMINGO DESAFIA ACRIATIVID­ADE NA BUSCA DE ADJETIVOS QUE LHE FAÇAM JUS

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