Memória e futuro
semana que passou trouxe um misto de pesar, nostalgia e confiança para o futuro. Em primeiro lugar, quero reiterar as minhas condolências pela morte de Fernando Peres. Além da brilhante carreira desportiva, é de enaltecer o seu contributo, num momento político e social particularmente difícil, para a defesa da classe e dos ideais em que sempre acreditou. Esteve na primeira comissão diretiva do Sindicato dos Jogadores, em 1972, e merece o nosso orgulhoso agradecimento pelo legado deixado para as gerações seguintes.
Outro nome que merece destaque é o de Chalana, que celebrou este domingo 60 anos de idade. Virtuoso jogador, uma inspiração para muitos dos que se seguiram. Foi um exemplo de dedicação, profissionalismo e solidariedade. Justíssima a homenagem que lhe foi feita pelo Benfica.
Manifesto, ainda, aminhasolidariedade para com as famílias das vítimas do trágico acidente na Academia do Flamengo, imagens que chocam pelo sentimento de impotência.
Sem perdermos a memória e a atenção que nos merecem as referências de outras gerações, quero destacar um sinal muito relevante para o futuro, neste caso da UEFA e, mas também, do futebol português. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, dr. Fernando Gomes, volta a ser eleito para o Comité Executivo da UEFA e Conselho da FIFA. Este é um sinal do trabalho que tem sido desenvolvido, em Portugal, uma afirmação do projeto que é transversal à família do futebol. Em diferentes áreas, a FPF tem sabido estar na vanguarda. Desenvolveu-se e reorganizou-se de uma forma que é reconhecida pelas federações homólogas e, também, seguida como modelo de sucesso. Estar nos órgãos decisórios é ter a oportunidade de contribuir para as reformas estruturais, mas também aprender o que de melhor se faz noutros países. Nesta eleição, venceu Portugal.