Record (Portugal)

Marcar mais e mais

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Confesso que não entendo bem a polémica em redor dos muitos golos marcados pelo Benfica ao Nacional. Como se pode achar que os encarnados deviam ter parado de marcar? E quando estavam quantos? Mas pior do que isso, porquê?

Defender que o Benfica devia ter evitado o 10- 0 é não conhecer as regras. A Liga pode ser decidida pela diferença de golos. Por isso, todos os que a equipa orientada por Bruno Lage, Sérgio Conceição ou Abel Ferreira possam marcar fazem diferença. Se hoje o clube da Luz está à frente do FC Porto na diferença de golos, à goleada imposta ao Nacional o deve.

Estamos a falar de desporto profission­al. Não de crianças. Entendo que no futebol de formação se tenha atenção aos golos marcados. Lembro-me de o treinador de um dos meus filhos mandar a equipa trocar a bola pelo menos dez vezes no meiocampo adversário antes de rematarem à baliza quando estavam a ganhar por mais de cinco. Aí compreende-se. No futebol profission­al e com adultos, lamento, acredito no contrário. Marcar mais e mais, para delícia das bancadas e a conquista de títulos.

Discutir a competitiv­idade é algo diferente. E mesmo aí não é um resultado avulso que permite tirar conclusões. Mas neste campo, sim, há medidas a tomar. Há já muito tempo.

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