Record (Portugal)

“Houve caça às bruxas desde que eu saí”

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Viviano pagou o preço de ter sido um reforço do antigo presidente, como o próprio diz?

BDC – O Viviano está a fazer maravilhas em Itália. Saiu porque foi contratado por mim. Não tenho dúvida nenhuma!

Não é estranho que não tenha feito sequer um jogo?

BDC – Por isso é que eu digo que os sportingui­stas escolheram um caminho e eu trilharia outro. Houve caça às bruxas dentro de Alvalade desde que eu saí.

O que acha do futebol do Sporting com Marcel Keizer?

BDC – Não vou comentar. Espero que nos dê alegrias e que se consiga aquilo que tem de ser sempre o objetivo do Sporting, que é ser campeão. Os sportingui­stas merecem essa alegria e eu, como sportingui­sta, também mereço.

Já foi a Alvalade esta época?

BDC – Não.

Tenciona ir?

BDC – Não.

Mas não tem saudades?

BDC – Não. Se tivesse saudades, ia lá. Não estou impedido de ir. Continuo a acompanhar. Tenho visto os jogos através da televisão.

Como avalia os primeiros meses de Frederico Varandas? BDC – Mantenho o que já disse: não faria nada daquilo que está a ser feito. Não é o meu caminho. Não era o caminho que estava a ser trilhado. Mas foi escolhido, foi eleito.

Por que razão tratou Varandas por “cineasta de Hollywood”? BDC – Porque é a pessoa que faz sair o vídeo, e com grandes sorrisos. Até dá ordem para se filmar a fivela. Foi um bom cineasta…

Está a falar do vídeo do interior do balneário, no dia da invasão? BDC – Certo. Mas também lhe chamo cineasta porque ele recupera o seu número de sócio em 2016. De repente passou a ser mais antigo do que eu. Para, na primeira oportunida­de, fazer o que fez. A Academia foi a forma de colar a oposição que estava muito quebrada.

No livro também deixa asuspeita de que terá sido Frederico Varandas a fotografá-lo na maca a seguir ao jogo com o Paços.

BDC – Que ele estava naquele enfiamento, não duvido. E, depois de tudo a que assisti, é legítimo pelo menos considerar como forte probabilid­ade ter sido ele a divulgá-la. Agora, não posso garantir.

Varandas elogia o seu trabalho no primeiro mandato. Tinha uma boa relação com ele?

BDC – Pelos vistos, eu tive uma série de relações hipócritas com as pes-

“PELOS VISTOS, EU TIVE UMA SÉRIE DE RELAÇÕES HIPÓCRITAS COM AS PESSOAS. O VARANDAS É UM DELES. O JORGE JESUS É OUTRO”

soas. Não da minha parte, mas da parte delas. O Varandas é um deles. O Jorge Jesus é outro. Foram tudo relações de hipocrisia. A relação ao princípio era muito boa. Nas mensagens era ‘meu querido, meu querido presidente’. Acabámos nesta situação de aproveitam­ento total do crime na Academia. Já agora, o primeiro mandato teve coisas boas mas, desportiva­mente, o segundo foi muito melhor. Fomos campeões em tudo, menos no futebol sénior masculino. Não ter conseguido esse título é a minha grande falha para com os sportingui­stas e para comigo próprio. Estava a preparar tudo para ser este o ano do título.

No ‘Sem Filtro’ escreve que o comunicado dos jogadores pós-Madrid terá sido feito com a ajuda do irmão de Frederico Varandas, João Pedro Varandas, e de Rogério Alves. É um rumor ou tem provas? BDC – Não. Não tenho provas nenhumas. É outro rumor de bastidores, mas faz todo o sentido. Os jogadores garantidam­ente não o fizeram. A pessoa que sugeriu que o comunicado fosse igual para todos, para ter mais força, foi o Jorge Jesus. Mas não foi ele a escrevê-lo, de certeza absoluta. A tríade Frederico Varandas-irmão-Rogério Alves faz todo o sentido. *

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