“Haviadesavenças dentro daJuve Leo”
Na reunião com o plantel a seguir a Madrid, depois ser acusado por William Carvalho de ter pedido à Juve Leo para agredir os jogadores, ligou ao líderdaclaque, que desmentiuaacusaçãoemalta-voz. Que tipo de relação tinhacomMustafá? BDC – A mesma relação que tinha com o ‘Gabi’ (Filipe Ribeiro) do Directivo, com o Luís Carlos da Torcida, com o Pedro (Ferreira) da Brigada. Era uma relação de presidente com líderes dos grupos organizados de adeptos. É exatamente o mesmo género de proximidade.
No dia 13, após a derrota com o Marítimo, recebeu umprimeiro telefonema de Fernando Mendes e depois outros quatro ou cinco. De que falaram?
BDC – Era conversa de quem já não estava bem. ‘Nunca vou fazer nada para o prejudicar, gosto de si’. As conversas foram assim. Depois percebi que havia desavenças dentro da Juventude Leonina. (Pausa) Se a pergunta clara e concreta é se alguma vez se falou da Academia, se iam ou deixavam de ir à Academia, zero! Zero! Zero! Não foi falado absolutamente nada. Não digo quais eram as substâncias mas notava-se perfeitamente que já não estava normal.
Antes do incidente de maio com as tochas, no dérbi, em dezembro ocorrera um episódio semelhante, no Bessa; aliás, um petardo rebentou a menos de um metro de Patrício. As claques não foram chamadas à atenção nessa altura?
BDC – Foram chamadas à atenção, sem dúvida nenhuma.
Fê-las pagar as multas por essas duas situações em concreto? Recorda-se dos valores?
BDC – Era um processo automático. Chegava a fatura da Federação e a contabilidade tinha ordens de mandar de imediato para os GOA. Os valores variavam, em média, entre os 3 mil e os 6 mil euros. Eram multas elevadas, por isso é que existia, de facto, uma dívida das claques ao Sporting na casa, se bem me lembro, dos 600-650 mil euros. Não sei que acordo é que a Comissão de Gestão fez depois daquela conferência de imprensa em que Artur Torres Pereira, falando, disse tudo e não disse nada. No meu tempo, as coisas não eram flutuantes. Era o que era. E tinham de fazer um esforço para ir pagando dívidas e multas.
Mustafá chegou a dizer que o arremesso de umatocha para o relvado podia custar 12 mil euros. A ser assim, no jogo com o Benfica, a fatura foi bem elevada…
BDC – Não. Aí estava a falar de valores UEFA. Em Portugal, seja uma ou 200 tochas, a multa é a mesma. É caricato. Muito tem de mudar em termos de legislação de segurança. Tem de se conseguir travar este tipo de acontecimentos, quer de arremesso de artefactos pirotécnicos, quer de invasões, quer de agressões. Isto tem de ser erradicado do futebol. *
“NÃO DIGO QUAIS ERAM AS SUBSTÂNCIAS MAS NOTAVA-SE QUE (FERNANDO MENDES) JÁ NÃO ESTAVA NORMAL”