Apoia Villarreal apesar da
A influência de Gonçalo Guedes no Valencia ficou bem patente numa conversa com um símbolo do clube
inevitável. Gonçalo Guedes é um nome que vem à baila quando o assunto é a performance do Valencia, equipa que esta temporada tem andado longe dos lugares cimeiros do campeonato espanhol, depois de ter sido 4º classificado na época transata. O nosso jornal participou na ‘La Liga Experience’ – iniciativa que permite que jornalistas de todo o Mundo conheçam os meandros da liga espanhola – e pudemos visitar o Mestalla e conversar com uma das maiores len- das da turma che: Ricardo Arias. Com 61 anos, o antigo defesa do Valencia – é o segundo jogador com mais jogos na história do clube (501) – não tem dúvidas em afirmar que a equipa tem sentido a ausência de Gonçalo Guedes, que regressou este mês aos relvados após ter sido operado em dezembro. “O Gonçalo faz muita falta à equipa. Tanto o Gonçalo como o Geoffrey Kondogbia fazem muita falta ao Valencia e a equipa tem sentido a ausência deles. A equipa tem coxeado nesse aspeto”, explica Ricardo Arias, numa das varandas do Mestalla, enquanto nas ruas circundantes do estádio fervilhavam antes de mais um encontro. Mas rebobinemos a cassete. Quarenta milhões de euros. Foi esta a quantia que o Valencia teve de transferir para a conta bancária do Paris Saint-Germain para garantir definitivamente Gonçalo Guedes. Antes, o avançado português esteve emprestado durante meia temporada ao emblema valenciano, um período em que aproveitou para espalhar magia nos relvados espanhóis, encantar o mítico Mestalla e deixar ‘água na boca’ à crítica do país vizinho. “Se olharmos para as estatísticas, vemos que o Guedes é um elemento essencial no plantel e na forma de jogar deste Valencia. O jogo ofensivo, sobretudo na criação de oportunidades de golo, baixa de forma flagrante quando o Gonçalo não joga. Basta vermos o que se passou no ano passado. Para além de marcar muitos golos, o Guedes também assistia os companheiros. Ele foi incrível na temporada passada… por isso é que ficou cá”, sublinha Arias. Então e o Rúben Vezo (defesa português que o Valencia cedeu ao Levante)? “É um atleta muito trabalhador e profissional. Quando tem de substituir algum companheiro, fá-lo com muito profissionalismo e dá 100%. Só temos de agradecer o seu compromisso”, adianta. *
“BASTA VERMOS O QUE SE PASSOU NO ANO PASSADO. PARA ALÉM DE MARCAR GOLOS, ASSISTIA OS COMPANHEIROS”
Apesar de ter o seu nome gravado na história do Valencia, Ricardo Arias coloca a rivalidade de parte e aposta as ‘fichas’ no Villarreal, adversário do Sporting nos 16 avos-de-final da Liga Europa. Ainda assim, o ‘Beckenbauer espanhol’ – como era carinhosamente conhecido quando liderava a defesa da equipa che – fez questão de deixar um alerta ao submarino amarelo para a valia do clube de Alvalade. “Aqui há uma grande rivalidade entre Valencia e Villarreal. Logicamente, como espanhol, desejo que o Villarreal consiga ul- trapassar o Sporting. Neste momento, o Sporting é mais equipa. É um clube que está sempre bem nas competições europeias e é sempre um conjunto a ter em conta. Não se fala muito deles, mas é uma formação perigosa e o Villarreal tem de ter muito cuidado. O Sporting vai ser sempre o Sporting... mas espero que seja o Villarreal a passar”, realça o antigo internacional espanhol, acrescentando que o “equilíbrio” entre as duas formações vai manter-se até ao último minuto. Enquanto a conversa fluía, o ambiente de festa reinava lá fora.