Record (Portugal)

O TERAPEUTA: OFUTEBOL TAMBÉM SE JOGA COM AMENTE

DIOGO VIANA

- DAVID NOVO

Ex-futebolist­a é ‘mental coach’ e ajuda jogadores através de Reiki e Barras de Access. E sente-se feliz

Quando se acaba o futebol, muitos tornam-se treinadore­s, empresário­s ou dirigentes. João Martins seguiu um caminho diferente e improvável. Hoje, o ex-futebolist­a é ‘mental coach’ e terapeuta de Reiki e Barras Access. “Sofri uma lesão num joelho quando estava no Académico de Viseu, recuperei durante oito meses, fiquei bom e fui para o Mafra. Depois de uma semana de treinos lesionei-me no outro joelho e estive

“O PODER DA MENTE É A MAIOR FORÇA QUE PODEMOS TER. PODE LEVAR-TE À REALIZAÇÃO OU À DESTRUIÇÃO DE UMA CARREIRA”

mais oito meses de fora. Caiu-me tudo. Comecei a ficar mais ansioso, muito stressado e a perder o controlo de mim. Sentia um mal-estar interno muito grande e posso dizer que tinha sintomas depressivo­s. Foi aí que comecei a desenvolve­r estas terapias alternativ­as, algo que já estudava há alguns anos. Tratei-me com outros terapeutas e ao fim de pouco tempo deixei de ter ansiedade e o stress abrandou”, recorda João Martins, de 30 anos. Hoje, muitos dos pacientes que tem são, precisamen­te, futebolist­as. Este é um treino mental, também com benefícios físicos, considerad­o tão importante como uma sessão no relvado ou no ginásio. “O poder da mente é a maior força que podemos ter, pode levar-te à realização ou à destruição de uma carreira. Um jogador que tiver o moral e índices de confiança em baixo, como vai reagir aos momentos de pressão do jogo? Estas terapias deixam os jogadores mais focados, tranquilos e ajuda-os a ver os problemas de outra forma. A mente precisa de ser trabalhada e educada. E no caso de uma lesão, as terapias que faço são tão importante­s como a parte médica, porque aceleram a recuperaçã­o e trabalham o desgaste mental, o medo e a falta de confiança que um jogador sente quando regressa à competição”, explica João Martins a Record. Para os que acham que a vida de futebolist­a é perfeita, há quem co- nheça uma realidade diferente. “O mundo do futebol é um dos que mais precisa e menos procura. Um jogador, quando tem um problema, tem tendência a camuflá-lo. Pode fazê-lo durante uns tempos, mas não para sempre. E quem tem posses económicas, fá-lo de formas externas: compra carros, casas, roupa, faz viagens, vai a restaurant­es, jogos de vício, etc... Faz tudo e mais alguma coisa para camuflar o vazio que sente. E quando o faz através dos bens materiais, o que vai ter para fazer a seguir? Nada. E nada mudou, porque o interior não mudou, a mente não mudou e nada está bem”, frisa o ex-jogador formado no Sporting. Afinal, como são feitas as tera- pias? “Estes tratamento­s consistem em energia transmitid­a de mim para o paciente. No Reiki é uma terapia mais silenciosa, onde passo a energia à pessoa tocando em vários pontos específico­s do corpo através das mãos. Já as Barras de Access consistem no toque em vários pontos na cabeça e no corpo, cada ponto reflete um espetro da nossa vida, e ao ser tocado a energia começa a fluir de modo a eliminar bloqueios, traumas, medos e condiciona­mentos mentais a nível consciente e inconscien­te, e também a nível físico. Através da conversa e da energia é possível ir à raiz do problema”, responde João, o irmão mais novo do antigo internacio­nal Carlos Martins.

Por vezes céticos inicialmen­te, rendidos assim que sentem os resultados. “Sabe o que me deixa contente? Que um jogador me diga: ‘Ainda bem que apareceste na minha vida, estava a dar em maluco e a seguir caminhos em que não me conseguia levantar’”, conta. *

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