Record (Portugal)

‘DOUTOR’ VALENTINO E A LOUCURA DOS 40

- JOSÉ MORGADO

CELEBROU 40.º ANIVERSÁRI­O MAS CONTINUA NA LUTA Italiano soprou as velas na esperança de que 2019 lhe traga o desejado 10.º título mundial

Nasceu em Urbino, pequena localidade do nordeste de Itália mas já conquistou o Mundo há mais de duas décadas. Valentino Rossi, para muitos o melhor piloto de motociclis­mo da história – é segurament­e o mais popular –, celebrou ontem o 40º aniversári­o e mantém a mesma ambição e paixão pela sua modalidade que tinha quando começou, na Malásia, na já distante temporada de 1996. Para se ter uma ideia da longevidad­e de Rossi, quando o italiano ganhou o seu primeiro Grande Prémio, na República Checa, no verão de 1996, o número 1 das músicas mais ouvidas pertencia... às Spice Girls. Preparado para iniciar a sua 24ª temporada consecutiv­a no Mundial de velocidade e a 20ª na classe rainha – dois recordes – Rossi vai tentar tornar-se o primeiro ‘quarentão’ a ganhar um Mundial desde os anos 50, quando o campeonato era dominado por veteranos que tinham visto as suas carreiras interrompi­das pela Segunda Guerra Mundial. E ainda que o pi-

24 ANOS DEPOIS DA SUA ESTREIA NO MUNDIAL, ROSSI CONTINUA A SER UM DOS CANDIDATOS AO TÍTULO MUNDIAL DE MOTOGP

loto da Yamaha (que nos últimos anos não foi tão competitiv­a quanto era habitual) não seja o favorito ao título – que volta a ser, naturalmen­te, o espanhol Marc Márquez –, a verdade é que Rossi aparece, aos 40 anos, como um dos mais prováveis desafiador­es da atual supremacia do piloto catalão da Honda, 14 anos mais jovem. Por ironia do destino, aquele que é para muitos o seu sucessor no domínio – desportivo e mediático – do motociclis­mo, nasceu no dia seguinte ao seu. Marc Márquez, vencedor de cinco dos últimos seis títulos de MotoGP - tem mais dois em 125 cc e Moto 2 –, celebra hoje 26 anos.

Prodígio muito precoce

Filho de Graziano Rossi, um antigo piloto – chegou a ganhar três corridas no Mundial de 250 cc –, Valentino mostrou desde muito cedo que o seu talento era... anormal! “Percebi há muitos anos que ele não precisava dos meus conselhos”, brinca o pai. Começou pelos karts (aos 5 anos!) mas rapidament­e percebeu que as motos eram a sua paixão. Graziano ofere- ceu-lhe a primeira aos 14 anos. Destruiu-a cem metros depois, na primeira curva que teve de cumprir. Levantou-se, regressou à pista, corrigiu o erro da primeira curva e... caiu na segunda. Porque nem todas as histórias de amor começam logo com momentos de grande felicidade. E todas passam por momentos de dor.

Três anos depois, estreou-se no Mundial de velocidade. Após uma primeira época de ‘rookie’ mais discreta, foi campeão do Mundo em 125 cc pela 1ª vez em 1997. Foi o início de uma grande história.

Inspiração de Miguel Oliveira

A 20ª temporada de Rossi na classe rainha será a primeira de um português em MotoGP. Miguel Oliveira, nascido em 1995, um ano antes de Rossi se estrear no Mundial. Quando o português começou a andar de moto, o italiano, que dominava a modalidade, era o seu ídolo. Até quis usar um brinco semelhante ao do transalpin­o... Os anos passaram e, hoje em dia, a história é bem diferente. “O Rossi para mim é como outro qualquer. Já não tenho ídolos e eles são apenas rivais. Mas se eu não conseguir ganhar, que ganhe ele. O ‘velhinho’ já anda há muitos anos a tentar chegar ao 10º título e seria engraçado vê-lo vencer”, confessou Oliveira recentemen­te... *

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