PORTO SEGURO
TRIUNFO SEM ESPINHAS GUERREIROS E AGUIAS PRESSIONADOS
SÉRGIO CONCEIÇÃO “Iker não fez uma defesa e foi uma vitória importante”
COST TEHNO VENDIDOS
O Dragão voltou a ganhar no seu covil, regressando à normalidade na Liga, depois de dois empates consecutivos, ambos em Guimarães, que permitiram a aproximação perigosa de Benfica e Sp. Braga na tabela.
A equipa de Sérgio Conceição não abriu novamente o flanco à concorrência, colocando até uma pressão extra nos jogos de Alvalade, esta noite, e nas Aves, amanhã, abrindo também, por agora, uma vantagem maior, à condição, numa fase do campeonato em que qualquer tropeção pode ser decisivo para as contas finais.
O jogo está resumido no título desta crónica, porque foi com a cabeça que Herrera e Soares confirmaram a vitória, limpando a imagem de uma equipa um pouco mais apagada dos últimos jogos, em que só tinha conseguido vencer um, precisamente em casa, frente ao Belenenses, perdendo nos penáltis a Allianz Cup para o Sporting e o recente confronto da Champions, em Roma. O microciclo não era de crise profunda, convenhamos, mas impunha-se o tal regresso à normalidade, até para repor os níveis de confiança da equipa, que estavam obviamente abalados.
Em suma, mais do que uma grande exibição, os dragões precisavam do resultado. E foi mesmo isso que conseguiram... Como se impunha, o FC Porto entrou no jogo a mostrar as garras, começando por espreitar a melhor forma de saltar o muro que tinha pela frente. Com a novidade Manafá na direita a dar resultado, pois o flanco teve bem mais profundidade do que tem sido habitual, a equipa de Sérgio Conceição cedo descansou com a vantagem no marcador, fruto de um lance que começou na insistência de Corona pela esquerda, passou pela crença de Adrián López e acabou na cabeça oportuna de Herrera. Os sadinos, mesmo a perder desde o minuto 15, mantiveram o bloco baixo que, em momento de- fensivo, tinha seis ou até oito elementos atrás da linha da bola. Mas o grande problema do jogo do V. Setúbal, porque há sempre um problema quando se defronta uma chamada equipa grande, é que a equipa nunca conseguiu profundidade.
O espectador Casillas
Casillas, como se percebe, foi um mero espectador durante todo o jogo, sendo que os dragões acabaram com 72 por cento de posse de bola, uma maioria absoluta exatamente igual ao intervalo, mas que aí não se traduzia verdadeiramente no marcador, ainda com a dife-
rença mínima e sempre perigosa. Diga-se, em abono da verdade, que também só houve uma clara oportunidade de golo da parte dos homens da casa, com Cristiano a voar para negar a cabeçada de Adrián López (37’).
O primeiro ato do jogo, aliás, foi muito mais marcado pela saída de Danilo, lesionado a partir dos 30 minutos, deixando um ar de preocupação geral no Dragão. Seja como for, a equipa recompôs-se deste revés, Óliver acertou as pontas no meio-campo, deixando mais o trabalho de sapa para Herrera, e a questão que ficou para responder na segunda parte era se o V. Setúbal iria abrir-se mais um pouco em busca do empate e o FC Porto podia aproveitar isso para ampliar a vantagem. A resposta, por estranho que pareça, chegou noutra cabeça, a de Éber Bessa, que se deixou cair na área ao minuto 53, procurando ‘sacar’ um daqueles penáltis que, agora na era do VAR, já não fazem qualquer sentido, mas a verdade é que isso levou o brasileiro a ver o segundo cartão amarelo, deixando os visitantes sem mais margem de manobra para reagir. O resto chegou na cabeça de Soares, que fez o 2-0 a 25 minutos do fim, depois de um primoroso cruzamento de Alex Telles. *