Aves Benfica
Águias marcaram cedo e souberam sofrer antes de chegarem ao 2-0, golpe fatal para as aspirações do Aves. A liderança volta a estar a um ponto
No regresso aos jogos do campeonato, Bruno Lage colocou em campo um Benfica ‘mais adulto’ em relação à equipa que havia apresentado na Liga Europa e a superioridade face ao Aves ficou bem vincada logo no terceiro minuto de jogo. Samaris descobriu Seferovic em boa posição e o suíço, num golpe de classe, mostrou que é, por esta altura, um dos melhores jogadores a atuar no nosso país. O Aves, que se apresentou no habitual sistema de Augusto Inácio, com cinco defesas em momento defensivo – mas com os dois laterais bem projetados no momento ofensivo –, dois médios interiores, dois alas e Derley como referência no ataque, nem teve tempo para assentar ideias. A en- trada fulgurante das águias no jogo surpreendeu a equipa da casa, até pelos espaços que Samaris e Gabriel iam descobrindo nas costas da defesa, mas a verdade é que, a bem dizer, o Aves teve capacidade para se recompor e partir para uns bons primeiros 30 minutos. O golo de Seferovic poderia ter dado alguma tranquilidade aos comandados de Bruno Lage, que até dispuseram de outra boa ocasião de golo, desperdiçada por João Félix, mas foi o Aves que ganhou confiança. Luquinhas, que tem assumido cada vez maior preponderância no onze do Aves, obrigou os jogadores do Benfica a recorrerem à falta e antes da primeira meia hora de jogo, só ele já tinha sofrido quatro, quase sempre em movimentos de rutura. Vítor Costa, com um remate traiçoeiro aos 28 minutos, obrigou Vlachodimos à primeira grande defesa da noite, mas a reação do Aves ficaria mesmo por aí.
Murro no estômago
Num momento de distração da linha defensiva do Aves, Rafa ampliou a vantagem num excelente tiro de pé direito aos 36’. O rapidíssimo extremo do Benfica esperou pela bola na zona do pontade-lança, entre linhas, e contou com a ajuda de João Félix, cuja assistência tirou dois homens da jogada. Foi um golpe fatal para as aspirações do Aves, que tentava, em transições rápidas, atingir as redes defendidas por Vlachodimos. O segundo tiro certeiro permitiu ao Benfica estabilizar o jogo e a verdade é que as aproximações do adversário a zonas perigosas foram escasseando cada vez mais, muito por culpa, também, da incapacidade demonstrada por Braga para dar músculo ao meiocampo. O capitão Vítor Gomes assumiu as despesas e, embora a vantagem do Benfica tenha atirado a equipa às cordas, foi conse-
guindo descobrir caminhos para um ataque que teve em Derley um... trabalhador solitário.
Ferro bem... e mal
Já depois de João Félix ter testado os reflexos de Beunardeau, no primeiro lance da segunda parte, Ferro aproveitou uma série de ressaltos, após um canto, para fazer o 3-0 aos 59’. Mas viria, cinco minutos depois, a borrar a pintura, ao cometer uma falta que lhe valeu o cartão vermelho direto. Bruno Lage não foi ao banco porque as ordens eram para que Samaris recuasse para o eixo da defesa, passando Pizzi para o meio, mais perto de Gabriel, e João Félix ficasse encostado à direita. Com estas mudanças, o poderio atacante foise perdendo, mas é justo dizer que, mesmo a jogar com apenas 10 elementos, a superioridade do Benfica no jogo nunca esteve em causa. Foi preciso algum espírito de sacrifício na reta final, até porque o desgaste de alguns jogadores, como Gabriel – mais um jogo positivo do médio brasileiro –, começou a fazer mossa. Ainda assim, os encarnados passaram com distinção mais um complicado teste no Norte do país, que permite nova aproximação ao líder, FC Porto, antes de mais uma importante jornada europeia. *