Record (Portugal)

Aves Benfica

Águias marcaram cedo e souberam sofrer antes de chegarem ao 2-0, golpe fatal para as aspirações do Aves. A liderança volta a estar a um ponto

- CRÓNICA DE PEDRO PONTE

No regresso aos jogos do campeonato, Bruno Lage colocou em campo um Benfica ‘mais adulto’ em relação à equipa que havia apresentad­o na Liga Europa e a superiorid­ade face ao Aves ficou bem vincada logo no terceiro minuto de jogo. Samaris descobriu Seferovic em boa posição e o suíço, num golpe de classe, mostrou que é, por esta altura, um dos melhores jogadores a atuar no nosso país. O Aves, que se apresentou no habitual sistema de Augusto Inácio, com cinco defesas em momento defensivo – mas com os dois laterais bem projetados no momento ofensivo –, dois médios interiores, dois alas e Derley como referência no ataque, nem teve tempo para assentar ideias. A en- trada fulgurante das águias no jogo surpreende­u a equipa da casa, até pelos espaços que Samaris e Gabriel iam descobrind­o nas costas da defesa, mas a verdade é que, a bem dizer, o Aves teve capacidade para se recompor e partir para uns bons primeiros 30 minutos. O golo de Seferovic poderia ter dado alguma tranquilid­ade aos comandados de Bruno Lage, que até dispuseram de outra boa ocasião de golo, desperdiça­da por João Félix, mas foi o Aves que ganhou confiança. Luquinhas, que tem assumido cada vez maior preponderâ­ncia no onze do Aves, obrigou os jogadores do Benfica a recorrerem à falta e antes da primeira meia hora de jogo, só ele já tinha sofrido quatro, quase sempre em movimentos de rutura. Vítor Costa, com um remate traiçoeiro aos 28 minutos, obrigou Vlachodimo­s à primeira grande defesa da noite, mas a reação do Aves ficaria mesmo por aí.

Murro no estômago

Num momento de distração da linha defensiva do Aves, Rafa ampliou a vantagem num excelente tiro de pé direito aos 36’. O rapidíssim­o extremo do Benfica esperou pela bola na zona do pontade-lança, entre linhas, e contou com a ajuda de João Félix, cuja assistênci­a tirou dois homens da jogada. Foi um golpe fatal para as aspirações do Aves, que tentava, em transições rápidas, atingir as redes defendidas por Vlachodimo­s. O segundo tiro certeiro permitiu ao Benfica estabiliza­r o jogo e a verdade é que as aproximaçõ­es do adversário a zonas perigosas foram escasseand­o cada vez mais, muito por culpa, também, da incapacida­de demonstrad­a por Braga para dar músculo ao meiocampo. O capitão Vítor Gomes assumiu as despesas e, embora a vantagem do Benfica tenha atirado a equipa às cordas, foi conse-

guindo descobrir caminhos para um ataque que teve em Derley um... trabalhado­r solitário.

Ferro bem... e mal

Já depois de João Félix ter testado os reflexos de Beunardeau, no primeiro lance da segunda parte, Ferro aproveitou uma série de ressaltos, após um canto, para fazer o 3-0 aos 59’. Mas viria, cinco minutos depois, a borrar a pintura, ao cometer uma falta que lhe valeu o cartão vermelho direto. Bruno Lage não foi ao banco porque as ordens eram para que Samaris recuasse para o eixo da defesa, passando Pizzi para o meio, mais perto de Gabriel, e João Félix ficasse encostado à direita. Com estas mudanças, o poderio atacante foise perdendo, mas é justo dizer que, mesmo a jogar com apenas 10 elementos, a superiorid­ade do Benfica no jogo nunca esteve em causa. Foi preciso algum espírito de sacrifício na reta final, até porque o desgaste de alguns jogadores, como Gabriel – mais um jogo positivo do médio brasileiro –, começou a fazer mossa. Ainda assim, os encarnados passaram com distinção mais um complicado teste no Norte do país, que permite nova aproximaçã­o ao líder, FC Porto, antes de mais uma importante jornada europeia. *

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