O MAU HÁBITO DE SER FRACO COM OS FORTES
Guerreiros históricos nunca perderam tão pouco mas têm trauma nos grandes palcos
O Sp. Braga nunca perdeu tão pouco e, precisamente pelo facto de as derrotas serem raras, o naufrágio frente ao Sporting pode abalar a convicção dos Guerreiros do Minho. Em 32 jogos oficias, os arsenalistas só baquearam nos terrenos de FC Porto, Benfica e Sporting. A percentagem de apenas 9,3% de desaires é extraordinária, mas a fraqueza face aos oponentes mais fortes causa preocupação a quem traçou como objetivo o assalto ao título nacional.
A partir do momento em que, com Abel ao leme, o Sp. Braga apenas regista esse trio de insucessos em praticamente oito meses de competição, a incapacidade para ameaçar o Sporting agrava ainda mais a dor do grupo face à sua exibição incaracterística. A mensagem psicológica de Abel Ferreira começou a ser vin- cada logo no final da partida, salientando que não havia motivo para que o grande trabalho realizado pelos minhotos até esse momento fosse colocado em causa. Basta analisar o quadro que integra esta peça e que diz respeito à era Salvador, para percebermos que só em duas temporadas com o atual presidente foi possível encerrar o exercício com menos de dez derrotas (sete em 2009/10 com Domingos Paciência e nove em 2011/12 com Leonardo Jar-
dim). Tendo em conta que o Sp. Braga tem mais 14 jogos garantidos, que podem ser 15 caso se apure para o Jamor, e a não acontecer uma quebra, o cenário de terminar a época sem passar das cinco derrotas é perfeitamente concretizável, no que seria um feito histórico, dado que, mesmo em 2017/18, Abel Ferreira não conseguiu evitar um total de 12 desaires.
Tática... já vista
O facto de o Sporting ter surpreendido o Sp. Braga, atuando com três centrais, causou dificuldades acima do esperado a uma equipa que, ainda há três semanas, teve de se preparar para defrontar o Aves, que também atua com um trio de defesas na zona central do sector recuado. Nessa altura, a preparação de Abel deu resultado através de um golo à Barcelona. *