Robustez ao ritmo de Óliver
Não foi necessário ao FC Porto realizar uma exibição contundente para construir um resultado robusto em Tondela. Com várias baixas de muito peso, Sérgio Conceição demonstrou sagacidade, pela enésima vez, a encontrar soluções, apostando num registo menos físico e num futebol mais apoiado, com Óliver Torres como ator principal, suportado pela mobilidade corrosiva das suas unidades que desaconchegaram de forma permanente o processo defensivo do rival. Do ponto de vista
SEM UMA UNIDADE FIXA DE ATAQUE, FC PORTO CONSEGUIU CHEGAR EM SUPERIORIDADE A ZONAS DE FINALIZAÇÃO
estrutural, o FC Porto apresentou-se num 4x4x2 assimétrico, em que Otávio, a partir da ala direita, se juntava, frequentemente, a Óliver e a Herrera no corredor central[ 1], afiançando situações de superioridade numérica e o ataque permanente às costas de Jaquité e Bruno Monteiro, abrindo espaços de penetração entre a linha defensiva e intermediária do opositor. Esse aspeto revelou-se decisivo para os portistas afiança- rem o domínio do jogo no meiocampo rival, fazendo a bola flutuar entre corredores, sempre com Manafá –particularmente corrosivo –e AlexTelles –menos incisivo, mas sempre acutilante – disponíveis para oferecerem largura e atacarem a profundidade nos corredores laterais. Mesmo sem uma unidade fixa no ataque, já que Corona e Fernando usufruíam de liberdade de movimentos, o FC Porto conseguiu chegar com frequência em igualdade ou superioridade numérica a zonas de finalização, quase sempre iluminada pela superior intensidade cerebral de Óliver, também determinante na reação rápida à perda, o que impediu o Tondela de sair com sucesso para o contra-ataque. Em desvantagem no marcador desde o minuto 11, quando Pepe aproveitou com perspicácia uma segunda bola na sequência de um livre de Óliver, o Tondela só entrou no jogo no último quarto de hora da etapa inicial, quando subiu as linhas de pressão e mostrou maior agressividade nos duelos. Algo que se desvaneceria com o soberbo golo de Óliver, no aproveitamento de nova segunda bola, no início da etapa complementar, numa altura em que Conceição reinventou o seu sector ofensivo, promovendo trocas posicionais entre as quatro unida- des mais adiantadas [ 2], aproximando a equipa de um 4x2x3x1 ao deslocar Corona e Fernando para os corredores laterais, e colocando Otávio no apoio a Adrián López. Apesar de terem procurado gerir a vantagem ao adormecer o jogo com bola, os dragões chegariam ainda ao terceiro golo no aproveitamento de uma saída rápida para ataque, conseguindo chegar a zona de finalização em clara superioridade numérica [ 3], permitindo que Brahimi, lançado pouco antes no jogo, assistisse Herrera, na sequência de um cruzamento letal de Otávio desde o corredor direito, após associação entre Corona e Adrián. *