Record (Portugal)

“ACEITEI POR NÃO SER COBARDE”

-

Na escola secundária da Bela Vista cruzou-se com várias pessoas que viriam a ser seus colegas de profissão…

SM - Sim. O Frechaut, o Mário Loja, o Bruno Ribeiro e o Nuno Rolo.

Jogavam futebol nos intervalos ou nos torneios interturma­s? SM - Podíamos estar juntos, mas cada um tinha a sua turma e não me lembro de jogarmos na escola.

Sabia que os seus conterrâne­os José Mourinho [lecionou] e Bruno Lage [estudou] também passaram pela escola da Bela Vista?

SM - O Mourinho, que é o melhor treinador do Mundo, sabia que foi professor aqui. O Lage não sabia. É a prova de que muita gente com

“[BRUNO LAGE, TREINADOR DO BRNFICA] É BOM NO QUE FAZ, SABE O QUE FAZ E ESTÁ NO SÍTIO CERTO PARA FAZÊ-LO”

valor passou pela Bela Vista.

Tem a mesma idade (42 anos) do treinador do Benfica, Bruno Lage. Conhece-o? Os vossos caminhos alguma vez se cruzaram? SM - Conhecemo-nos. Não temos uma relação de amizade, mas respeitamo-nos muito. Além do Bruno, conheço o pai [Fernando] e o irmão também, o Luís Nascimento [treinador de sub-19 do Benfica].

Qual a sua opinião sobre Bruno Lage?

SM - É bom no que faz, sabe o que faz e está no sítio certo para fazê-lo.

Pelos exemplos de José Mourinho e Bruno Lage, Setúbal parece ser terreno fértil para treinadore­s de sucesso. Acredita que pode juntar-se ao grupo de treinadore­s setubalens­es de sucesso?

SM - E não são os únicos: há o Hélio [Sousa] também [selecionad­or nacional de sub-20 que foi colega de Sandro Mendes várias épocas no V. Setúbal]. A minha ambição é sempre ser hoje melhor do que era ontem e amanhã ser melhor do que sou hoje. O caminho faz-se caminhando e nada melhor do que o trabalho diário para vermos até onde podemos ir.

Para ter sucesso como treinador é crucial que o Vitória atinja a permanênci­a esta época?

SM - Sem dúvida. Quando aceitei ficar como treinador do Vitória sabia os riscos e o significad­o de assumir o cargo numa fase como esta.

Surpreende­u-o a saída de Lito Vidigal do comando técnico?

SM - Se formos ver os resultados, não me surpreende­u. Como suposto team manager, na altura, passou-me tudo ao lado e só soube na hora que ia sair. Tinha o carro a trabalhar para ir para Braga para a final four da Allianz Cup [Sandro é um dos embaixador­es da Liga Portugal] quando o presidente me disse que o Lito ia sair. Foi aí que me pediram para ficar à frente da equipa nos dois jogos seguintes [Sporting e Nacional].

Sente que era mais fácil ter recusado o desafio que lhe lançaram nesse dia 25 de janeiro?

SM - Teria sido bastante mais fácil e cómodo dizer que não, mas como não sou cobarde e não tenho medo do trabalho aceitei.

Porquê?

SM - Estava numa zona de conforto, com um cargo [diretor desportivo] diferente. Pela razão, era fácil dizer que não, mas o coração, mais uma vez, falou mais alto, como já aconteceu várias vezes ao longo da minha carreira. Por isso, aceitei o desafio que a direção me propôs. Mais uma vez, não podia dizer que não ao Vitória.

Foi treinado por Quinito, Carlos Cardoso, Jorge Jesus, Carlos Carvalhal, José Couceiro, entre outros. Qual aquele em cujo estilo mais se revê?

SM - Aprende-se com todos. Tive bons treinadore­s e bons homens. Uns valiam mais pela união que conseguiam criar no grupo e outros pelas qualidades técnico-táticas. Aprendi com todos um bocadinho e também se aprende muito o que não se deve fazer. *

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal