Record (Portugal)

“Em caso de descida não abandonare­i o projeto”

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São 8 os pontos que separam o Feirense da linha de água. É caso para se falar de um milagre se a equipa conseguir a permanênci­a?

KS – Temos de acreditar. A mudança de treinador vai nesse sentido. Sentimos que era preciso mudar alguma coisa. Fizemos as alterações possíveis no plantel, mas isso não estava a ser suficiente. Por vezes é preciso mais do que isso. É preciso passar uma mensagem diferente, alterar métodos e até a forma de jogar. Acreditamo­s que a equipa técnica liderada pelo Filipe Martins e o grupo de trabalho têm a qualidade necessária para tirar a equipa desta situação. Acredito que vamos ficar na Liga.

Se a equipa descer, fará sentido continuar o projeto ou admite vender a SAD?

KS – Vou dizer uma coisa pela primeira vez. Quando entrámos para a SAD do CD Feirense, não éramos os únicos investidor­es interessad­os, a verdade é que a direção viu em nós o projeto mais credível. Tivemos várias reuniões com o sr. Rodrigo Nunes, explicámos bem o que pretendíam­os fazer, eles sentiram con- fiança em nós e optaram por sermos nós a comprar a SAD. Os resultados estão à vista. As obras do Complexo que já referi demonstram bem o projeto que temos. Não são só as equipas profission­ais nem só as de futebol que lá trabalham e estamos a investir muito na sua requalific­ação. Só assim é que os clubes crescem. É importante realçar que temos cumprido com tudo o que ficou acordado. Acredito que vamos ficar na Liga, mas, se descermos, não vejo razões para abandonar o projeto. Posso adiantar também algo que poucos sabem: já recebi duas propostas de compra da SAD. Devo admitir que foram bastante atrativas do ponto de vista financeiro, mas o que me move é o projeto do CD Feirense e não o dinheiro. Recusei ambas as propostas.

Que explicaçõe­s encontra para um projeto tão sólido estar em último lugar na Liga?

KS – Não querendo apontar o dedo a ninguém, é atípico e até inexplicáv­el termos tido 16 lesões musculares em meia época. Estatistic­amente, a média até é de oito a dez lesões deste género numa época inteira. Já tivemos mais de metade do plantel com lesões musculares e quase todos os casos obrigaram a tempos de paragem superiores, ou muito superiores, a um mês. Num plantel não tão vasto, como o nosso, é fácil explicar os problemas que temos tido desde que arrancou a temporada. Depois há outros aspetos em que não temos sido felizes. Basta recordar

“JÁ RECEBI DUAS PROPOSTAS DE AQUISIÇÃO DA SAD. O QUE ME MOVE É O PROJETO DO FEIRENSE E NÃO O DINHEIRO”

este último mês: marcámos primeiro em Chaves e com o Sporting. Com o V. Guimarães fizemos o 1-1. Esses três golos foram anulados! Imagine o impacto positivo que teriam na equipa essas vantagens no jogo? Alguém nos sabe dizer que efeito teria nos jogadores termos ganhado esses encontros? E contra o V. Guimarães tivemos ainda um penálti a nosso favor que não foi assinalado. A opinião dos analistas foi unânime a dizer que devia ter sido assinalado. *

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