VAR (in)dispensável
Alguns árbitros teimam em não aceitar a nova realidade que o vídeo-árbitro trouxe à arbitragem e ao futebol em Portugal e, até certo ponto, é compreensível que a adaptação não seja assim tão fácil, mesmo com uma ferramenta que só vem ajudar o trabalho das equipas de arbitragem. Aferramenta VAR não oferece risco, não é autónoma na sua intervenção e carece sempre do lado humano para funcionar. O sucesso do vídeo-árbitro depende sempre da competência dos árbitros e da humildade que os mesmos têm de ter para reverter uma decisão perante um está- dio cheio. Esta jornada assistimos a um caso incompreensível, onde o VAR funcionou em pleno, mas o árbitro insistiu no erro cometido. No Estádio da Luz, um penálti in- discutível acabou por ficar por assinalar, numa decisão inqualificável do árbitro principal. O vídeoábitro fez o seu papel, alertando o árbitro para a infração na área do Chaves, o árbitro visionou a jogada e não reverteu a sua decisão inicial. Neste caso, a ferramenta funcionou, o árbitro que desempenhava a função de VAR foi competente e o erro grave aconteceu. O caso não irá ter grandes repercussões porque o resultado estava dilatado e, desta vez, ninguém irá solicitar a dispensa prolongada do árbitro. Quando se percorre um longo caminho que afinal não tem saída, o instinto é fazer o sentido inverso na esperança que o povo tenha memória curta. Em semana de clássico já começaram as habituais guerras comunicacionais, com vetos de alguns árbitros e ‘nomeações desejadas’ de outros, num despique ‘saloio’ apenas para entreter o povo. As nomeações para estes encontros são feitas com muita antecedência e, pela minha análise, arrisco no regresso de Jorge Sousa aos grandes palcos. Realço que é uma simples opinião minha e não um ‘desejo’ hipócrita de alguém para os outros defenderem. *
23.ª