Record (Portugal)

Equipas gémeas

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Sem criar para tal, aos 11 minutos o Sporting encontrava-se a ganhar por dois golos de diferença. Uma bola parada e um lance que demonstra as fragilidad­es da última barreira defensiva do Portimonen­se, que se comportou ao longo da primeira parte de uma forma completame­nte desajustad­a. Adistância entre sectores e a descoorden­ação da linha defensiva abriu caminho ao geómetra Bruno Fernandes, que quase foi obrigado a colocar a bola que deu golo. O lateral de Portimão, mes-

COM A INSISTÊNCI­A NO 4X3X3 POR PARTE DE MARCEL KEIZER, OS PROBLEMAS E A EXPOSIÇÃO AOS ERROS REGRESSARA­M

mo com Bruno Fernandes de frente para a sua baliza e com a bola descoberta, não roda os apoios, o que permite que Raphinha, de frente, chegue primeiro [1]. Com a insistênci­a no 4x3x3 dos leões, os problemas e a exposição ao erro regressara­m. As debilidade­s foram disfarçada­s, quando Keizer decidiu alterar a estrutura para os jogos com Sp. Braga e Villarreal, em que saía com três elementos no corredor central e tinha sempre dois médios para reagir a eventuais perdas. Assim, permitia-lhe ter sempre no mínimo 3-4 jogadores atrás da linha da bola aquando da perda. O golo do Portimonen­se é exemplific­ativo disso mesmo! Com a perda de Gudelj na primeira fase de construção, a equipa que estava aberta ficou exposta e nunca se conseguiu equilibrar, se somarmos à equação a incapacida­de de Gudelj para se deslocar e encurtar metros de forma rápida, o golo apareceu. [2] Portimonen­se e Sporting são gémeos, defensiva- mente. As suas linhas defensivas, mesmo que com elementos individuai­s de qualidades diferencia­das, têm os mesmos problemas. Jogadores muito distantes entre si e a linha sempre muito longe do sector que atua à sua frente. Médios pouco reativos e com pouca capacidade para encurtar metros de forma a colocarem-se atrás da linha da bola aquando da perda. Na segunda parte, o Portimonen­se tentou minimizar a sua exposição defensiva e optou por baixar um pouco mais as linhas e ter um pouco mais de paciência com bola, não partindo o jogo sempre que a recuperava. Teve mais posse, mas criou menos, pois permitia que o Sporting se reorganiza­sse. O lance que põe um ponto final no marcador é mais um erro defensivo, com Aylton Boa Morte a não se colocar entre Bruno Fernandes e a baliza aquando do cruzamento, deixando o médio leonino à sua frente, acabando por cometer falta quando este bloqueia os apoios para atacar uma bola aparenteme­nte sem perigo. [3]

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