Record (Portugal)

BRUNO ENTRA NA HISTÓRIA

É O MÉDIO MAIS CONCRETIZA­DOR DOS LEÕES NUMA ÉPOCA

- CRÓNICA DE JOSÉ MANUEL FREITAS

“Não podemos jogar bem só 10 minutos“

Esbanja talento, faz passes teleguiado­s, marca golos (vai em 23 e deixou para trás o recorde do também fenomenal António Oliveira), leva a equipa atrás de si e muitas vezes às costas, é o capitão depois do adeus de Nani. Tudo somado, falamos do verdadeiro ‘capitão talento’. Que, olhando ao quadro leonino, só pode ser Bruno Fernandes! Sim, começa a tornarse repetitivo, já escasseiam os adjetivos, mas enquanto fizer o que fez, agora com o Portimonen­se, o médio que o Sporting resgatou depois do que se passou em Alcochete, continuará a fazer manchetes. Foi graças ao capitão, aliás, que o Sporting entrou ‘a matar’ no jogo e aos 11 minutos já vencia por 2-0, com golos de rajada de Diaby e Raphinha, assistidos pelo inevitável e genial futebolist­a Bruno Fernandes, que já antes do golo tinha feito um passe que havia deixado o autor do segundo tento muito perto de abrir a contagem. E porquê tanta preponderâ­ncia do capitão no jogo sportingui­sta, de novo a jogar em 4x3x3, com Borja no banco, Acuña como defesa-esquerdo e Mathieu parceiro de Ilori (uma noite para rever atentament­e)? Simplesmen­te porque dominou a anarquia tática, não havia pressão de parte a parte e, no miolo algarvio, ninguém se preocupou em importunar o camisola 8. Mas a inversa também era uma realidade, pois o desequilib­rador da equipa de Folha, Paulinho, também tinha os espaços necessário­s para se assumir como o organizado­r do jogo. Ele que marcou o golo e impediu a equipa de aceitar como acabado o jogo aos 2-0. Por força dessa anarquia, os primeiros 45 minutos tiveram inúmeras oportunida­des de golo (Diaby, Wendel e Bas Dost nos leões), uma bola que a trave leonina devolveu (potente disparo de Lucas Fernandes) e a possibilid­ade de Mathieu (duas vezes) e Renan (em duas situações no mesmo lance, a remates de Paulinho e Tabata) evitarem que o Portimonen­se fosse para o inter- valo empatado. Seria injusto? O Sporting tinha muitas culpas no cartório, especialme­nte no meiocampo, onde continua incompreen­sível a sistemátic­a utilização de Gudelj. Pelos poucos minutos que tem jogado, já se percebeu que Doumbia possibilit­a… segurança.

Ritmo acalmou, leão beneficiou

Face ao quadro, continuari­a tudo como dantes ou os treinadore­s dariam uma afinação ao esquema no segundo tempo? Foi isso que aconteceu. Houve uma melhor definição daquilo que as duas equipas pretendiam, Bruno Fernandes e Paulinho – mais este –

passaram a ser melhor vigiados, os leões foram mais decididos no ataque ao portador da bola, com isso o ritmo baixou considerav­elmente e o grande beneficiad­o foi o leão. Mesmo assim, porque embora melhor vigiado (Pedro Sá), Bruno Fernandes continuou a fazer das suas, o Sporting dispôs de vários lances para colocar um ponto final na intranquil­idade de que não se conseguia libertar, como foi visí- vel em várias intervençõ­es de Ilori – terá estranhado a companhia de Mathieu? Eventualme­nte… Diaby e Bruno Fernandes esbanjaram excelentes situações por terem atacado mal a bola de cabeça, o capitão dos leões não marcou porque o guarda-redes fez a sua defesa da noite e, embora os algarvios tenham forçado no ataque com as substituiç­ões, nada foi como no primeiro tempo. Só que o resultado estava longe de ser confortáve­l para os de Alvalade, até que surgiu a entrada completame­nte a despropósi­to de Aylton sobre Fernandes e com o 3-1 e meia dúzia de minutos para jogar, o Sporting podia, finalmente, respirar de alívio. Uma nota ainda: no 16º triunfo em 16 jogos na Liga por parte do Sporting em Alvalade, este terá sido dos mais sofridos. E sem necessidad­e. Quando se tem um capitão assim… *

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