Record (Portugal)

O REGRESSO DO PREDESTINA­DO

- VALTER MARQUES. ZAGREB

Filip Krovinovic regressa hoje à cidade onde nasceu para a vida... e para o futebol. Ali, desde muito cedo, quando jogava no parque com os amigos, na Nova Zagreb, zona da capital croata, e mesmo sendo mais novo, já todos o queriam o médio do Benfica na sua equipa. O gosto pelo futebol e o talento fizeram com que facilmente ingressass­e no NK Lokomotiva, clube do bairro Jazericka, onde deu início à formação. No entanto, a passagem foi curta. O NK Zagreb, outro clube da capital, foi o passo seguinte e onde passou a maior parte da formação. Record esteve no campo de treinos onde Krovinovic passou os seus dias a aperfeiçoa­r o talento e a encantar quem o via. Denis Kolinger, dois anos mais velho, mas também da formação do mesmo clube, sempre soube que aquele menino que ali tinha chegado não ia desapontar ninguém. “Desde que lá chegou, todos previam que seria um jogador de enorme talento. Víamos o que ele fazia e isso bastava para sermos testemunha­s de que estávamos na presença de quem se iria tornar num grande jogador”, afirmou o agora jogador do NK Lokomotiva, clube onde o benfiquist­a se iniciou e que está na principal liga croata. Quando se fala de Krovinovic, não vêm apenas à cabeça as qualidades como futebolist­a, mas também as humanas. Para Kolinger, que conheceu de perto o médio dos encarnados desde a formação à equipa principal do NK Zagreb, o ‘Krovi’ ou o ‘Ficó’, diminutivo de Filip, como então era conhecido, tinha algo especial: “Quando ele não estava, nada era igual no balneário ou nos estágios. Estava sempre alegre e até dizíamos que ele era o espírito da equipa”, referiu o internacio­nal croata, que, apesar do momento menos bom do antigo colega, não hesitou em afirmar: “Vai ter uma grande carreira no futebol.”

Antigo companheir­o recorda talento precoce do médio, que vai atuar na cidade natal

Amizade não justifica

Kolinger tem bilhete para o Dínamo Zagreb-Benfica, jogo em que o camisola 20, tudo o indica, será titular. Mas ainda não sabe se irá assistir ao encontro. “Gostava de ver Krovinovic jogar” no Estádio Maksimir, embora tenha uma má notícia para o antigo companheir­o. “Não vou torcer pelo Benfica”, assinalou, explicando: “É que também tenho muitos amigos no Dínamo Zagreb”. Uma justificaç­ão que parece fazer sentido, ainda que do ponto de vista pessoal garanta que “deseja que tudo corra pelo melhor” ao jogador que o Benfica contratou ao Rio Ave, em 2016/17. *

NO NK ZAGREB, O BENFIQUIST­A ERA O “ESPÍRITO DA EQUIPA”: “QUANDO NÃO ESTAVA, NADA ERA IGUAL”, CONTA KOLINGER

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