O futuro
Fartei- me de ver futebol este fim de semana e gostaria de partilhar com os leitores três impressões.
MamaBaldé é umavançado que está emprestado pelo Sporting ao Desportivo das Aves. Rápido, possante, lutador, com sentido de baliza e remate fácil, tem impressionado. Augusto Inácio, que sabe montar as equipas, aproveita bem as características do jogador.
Ivanildo é um defesa emprestado ao Moreirense pelo Sporting. Alto, ágil, bom de marcação e nada peco de pés, tem-se revelado um esteio da equipa, contribuindo para a magnífica carreira que está a fazer no presente campeonato.
João Palhinha é umseis típico, raçudo, forte, brigão, decide rápido. É talvez excessivamente impetuoso, embora se adivinhe que o tempo se encarregará de temperar essa sua agressividade. Por razões que ainda hoje não descortino, foi emprestado, pelo Sporting, ao Braga.
Gostaria de poder falar no Wilson Manafá, que o Sporting dispensou para o Portimonense (veio de lá aquela pérola do Lumor, mais um, que fez uma passagem meteorico-anónima por Alvalade) em que o Porto teve mais olhos e foi buscá-lo para um estrelato imediato.
Falo naqueles três jogadores porque acho que eles fazem parte do futuro do Sporting, e falo do futuro porque o clube tem de o encarar seriamente.
Amodéstia do rendimento desportivo e exibicional do Sporting tem várias e compreensíveis razões, mas uma é imediatamente percetível: há um défice de qualidade (as aquisições de Sousa Cintra são um desastre, alguém que, de uma vez por todas, o diga). Como não acredito em que vão chover milhões, importa saber governar a casa, gerir bem os recursos e deixar-nos
COMO NÃO ACREDITO EM QUE VÃO CHOVER MILHÕES, IMPORTA
de megalomanias e prodigalidades.
A boa notícia é que há gente no clube ( e, transitoriamente, fora dele), capaz de assegurar um futuro bem mais prometedor do que esta penosa época, que carrega ainda os estigmas de Alcochete, dos desvarios brunistas e de uma cultura de divisão que custa a cicatrizar.
Eu compreendo e partilho da frustração dos sportinguistas ao ver a concorrência descolar, desportiva e financeiramente. Só que, com imediatismo, ilusão e demagogia, o Sporting não vai lá, como ficou amplamente demonstrado.
Háfuturo. Acreditem.