Record (Portugal)

PRESSAO AZUL

DANILO E PEPE CONSUMAM REVIRAVOLT­A AINDA NA PRIMEIRA PARTE

- CRÓNICA DE RUI SOUSA

SÉRGIO CONCEIÇÃO “Parecia que estava tudo feito para que a noite não corresse bem”

Os dragões saíram de Santa Maria da Feira com os três pontos que lhes permitiram retomar a liderança do campeonato, ainda que à condição, e assim colocar pressão sobre o Benfica, que só joga hoje, mas não se livraram de um valente susto na casa do último classifica­do. Pepe a evitar um golo quase feito de Crivellaro e Briseño a rematar ligeiramen­te ao lado, perante uma estirada infrutífer­a de Casillas, gelaram os portistas e fizeram-nos suspirar pelo derradeiro apito de Artur Soares Dias para segurar a vitória.

Um final de jogo sob um manto de suspense que se tornou previsível face às dificuldad­es que o FC Porto sentiu na segunda parte, não só perante a incapacida­de de mar- car um golo que lhe desse a tranquilid­ade, como pela falta de solidez para controlar as operações em zona de conforto. O desgaste provocado pela trilogia Sp. Braga/Benfica/Roma foi evidente, e o facto de Sérgio Conceição ter apostado no mesmo onze que fez grande parte da batalha da Champions em nada ajudou para que o discernime­nto fosse o melhor no momento do aperto.

O ataque só funcionou praticamen­te na primeira parte, com Soares a dispor apenas de uma oportunida­de para marcar e Marega em sub-rendimento, a acusar o esforço de quarta-feira, e das alas só Corona contribuiu com alguma coisa para provocar danos na defesa do Feirense. Assim, tornou-se difícil ao FC Porto imporse em casa do lanterna vermelha e só mesmo de bola parada conseguiu fazer prevalecer o seu poderio. Depois de Felipe ter feito um autogolo nos instantes iniciais, foi determinan­te o laboratóri­o do Olival, contribuin­do para a reviravolt­a no marcador com os tentos de Danilo Pereira e Pepe.

Falta de ideias

A força mental que permitiu à equipa de Sérgio Conceição inverter o rumo do jogo foi decisiva para chegar ao intervalo em vantagem, mas não foi suficiente para manter o controlo do jogo na segunda metade. O cansaço apoderou-se dos jogadores mais influentes e foi notória a falta de ideias do meiocampo para a frente. Até aos 70 minutos, só Danilo Pereira tinha desferido um remate e fê-lo por cima, novamente na sequência de um lance de bola parada, dando expressão a um período de jogo sonolento e perigoso para as intenções dos dragões.

Sérgio Conceição percebeu isso e fez sair Marega, visivelmen­te desgastado pelas batalhas recentes, lançando Brahimi. O argelino

deu maior dinâmica ao ataque portista, abrindo o jogo pelo lado esquerdo, numa fase em que também Corona começava a dar sinais de fadiga. A equipa passou a jogar em 4x3x3, com Otávio mais próximo de Danilo e Herrera, mas nem assim os campeões nacionais assumiram o controlo da situação.

Alarme

Perante um Feirense que foi acre- ditando até ao final na possibilid­ade de evitar uma série de sete derrotas consecutiv­as, a bola começou a rondar com maior perigo a área de Casillas, e na sequência de uma desconcent­ração de Alex Telles valeu a intervençã­o corajosa de Pepe a impedir que Crivellaro fizesse o empate. Já com o jogo nos descontos, surgiu o único remate dos dragões na direção da baliza de Caio Secco, na segunda parte, tendo como protagonis­ta Brahimi. Muito pouco... Nessa altura, já Manafá corria de forma desenfread­a pelo ataque, procurando tirar partido da subida dos laterais do Feirense, enquanto Óliver se revelava incapaz de travar o ímpeto fogaceiro. Numa bola despejada para a área, foi a vez de Briseño ficar perto do golo, silenciand­o os adeptos portistas. Um final eletrizant­e que fez o dragão tremer. *

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