Record (Portugal)

ÁGUIA DÁ BRINDES

BRUNO LAGE “No final fazem-se as contas” SILAS “Se não houver erros não há golos”

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

O Benfica esbanjou ontem dois pontos frente ao Belenenses e já só lidera o campeonato fruto da vantagem sobre o FC Porto no confronto direto. Os encarnados chegaram ao 2-0, tiveram o jogo praticamen­te ganho, mas duas fífias monumentai­s de Vlachodimo­s e Rúben Dias, em apenas três minutos, recolocara­m o empate no marcador.

Só um guionista muito criativo escreveria para o ‘filme’ que ontem foi exibido no Estádio da Luz. A águia teve muitas dificuldad­es para contrariar a forte réplica do Belenenses, mas, depois de consegui-lo, esbanjou a vantagem de uma forma verdadeira­mente inacreditá­vel.

O 3x4x1x2 de Silas cedo compli- cou a vida aos encarnados, que não só sentiram problemas face à organizaçã­o e à transição ofensiva dos azuis, como patenteara­m sérias dificuldad­es para ligarem o seu jogo no último terço do campo. O Benfica, mesmo nunca mostrando estar confortáve­l no jogo, dominou, contudo, tal como se esperava, a partida durante a primeira parte, mas só à passagem da meia hora é que se instalou em definitivo nas imediações da área do Belenenses. André Almeida, Rafa, por duas vezes, João Félix e Jonas tiveram oportunida­de para colocar a equipa de Lage em vantagem antes do intervalo, sem que, toda- via, Muriel tivesse sido chamado a intervir nos lances em causa. Antes disso, uma ou outra jogada mais vistosa de parte a parte não tinha sido suficiente para dar a primeira sensação de golo na Luz.

Golos de rajada

O segundo tempo começou com uma toada algo morna, transmitin­do os mesmos sinais do tal quarto de hora final da primeira parte. O Benfica, apesar da pouca inspiração dos homens da frente (que tinham os caminhos bem tapados pelo adversário), dominava o encontro, embora sentindo falta dos passes de rutura de Gabriel, substituíd­os por uma ou outra arrancada de Samaris no miolo. Até que, aos 55’, Jonas, até à altura apagado e com um raio de ação reduzido – que fez com que a plateia já suspirasse por Seferovic –, fez uso da sua técnica refinada e inaugurou o marcador após centro de André Almeida. Dois toques subtis do brasileiro em plena área belenense bastaram para que fosse encontrado o caminho do golo. Quem pensou que o mais difícil estava feito, aumentou certamente tal convicção apenas oito minutos volvidos, quando Samaris, de fora da área, e benefician­do de um ressalto em Nuno Coe-

lho, dilatou a vantagem.

Não foi por sobranceri­a, arrogância, descompres­são ou uma súbita necessidad­e de pensar de imediato no confronto com o Dínamo Zagreb que o castelo da Luz ruiu depois num ápice. A explicação mais fácil (que, por vezes, até é a mais justa) é outra. Dois momentos, quase consecutiv­os, de profunda desconcent­ração de Vlachodimo­s e Rúben Dias fize- ram com que a águia atirasse dois pontos para a fogueira.

Aos 68’, Vlachodimo­s fiou-se no ‘golpe de vista’ e nem sequer tentou deter um remate cruzado, sem qualquer perigo, de Diogo Viana na transforma­ção de um livre. Dois minutos depois, foi a vez de Rúben Dias, com um passe imperfeito e que tinha o guarda-redes grego como destinatár­io, colocar a bola nos pés de Kikas, para o ex-Benfica e Castelo Branco explicar o porquê de ser um jogador em foco na Liga 2018/19.

Até final, o discernime­nto faltou à águia para fazer o terceiro golo. Jonas, Zivkovic e Jota ainda ameaçaram a baliza de Muriel, mas não conseguira­m desfazer o 2-2. Houve, enfim, muito mérito do Belenenses pela réplica dada até ao golo de Jonas e um enorme demérito do Benfica ao não segurar uma vantagem que parecia eloquente. *

MINUTO 70 Rúben Dias atrasa a bola para Vlachodimo­s com força a menos, Kikas interpõese e desvia-a do alcance do grego, consumando o empate. Bastaram três minutos para o 2-0 ser transforma­do no 2-2 final.

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