Deus, silêncios e o António
POBRES PATETAS OS INVEJOSOS QUE O DESTRATAM E EXALAM O FEL DA SUA MESQUINHEZ NÃO É PRECISO HAVER UM CULTO PAGÃO AQUI COMO EXISTE EM NÁPOLES, BASTA RESPEITAR E AGRADECER AO MAIOR EMBAIXADOR DE PORTUGAL NO MUNDO: CRISTIANO RONALDO
Quem já teve o privilégio de visitar a belíssima cidade de Nápoles, ao chegar, depara com um culto pagão que se estende por todos os lados e que começa na estação de comboios. Apesar de a cada recanto haver uma igreja, a religião que domina chama-se Diego Armando Maradona, que até tem um altar com alguns dos seus cabelos. A cidade derrete-se numa enorme vénia ao homem, repleto de pecados, que lhe deu os maiores títulos dentro de campo. Por cá, tenho de recordar que a última palavra da nossa epopeia escrita por Camões, ‘Os Lusíadas’, é inveja. Somos um povo que tantas vezes se alegra com o fracasso dos nossos, que saliva com a derrota de portugueses que já tanto promoveram o nosso país (o ódio a José Mourinho é o caso mais gritante e imbecil). Por isso, considero lamentável que certos medíocres de vidas tristes rejubilem com o ocaso de quem noutras geografias seria herói unânime.
Cristiano Ronaldo é o maior futebolista português de to
dos os tempos. Já é muito difícil sublimar os seus feitos e proezas, alguém que é um exemplo para tantas áreas de actividade, pois o seu talento, o seu esplendor, é alcandorado num excepcional trabalho diá- rio, numa inquebrantável força mental, num afã inolvidável de se superar, que o leva a dormir de consciência tranquila por atingir aquilo que ambicionava: ser o número 1, com uma sede insaciável de conquistas e recordes. E que explode na sua magnificência quando sujeito a pressão, como aconteceu com mais um hat trick em Turim. Pobres patetas aqueles invejosos que o destratam e continuam a exalar o horrível fel da sua mesquinhez. Não é preciso haver um culto pagão aqui como existe em Nápoles, basta respeitar e agradecer ao maior embaixador de Portugal no mundo.
Há dois silêncios que me intrigam muitíssimo no Sporting. O primeiro é o de Sousa Cintra, que alguém quis ungir a presidente honorário (e o único que merece esse estatuto era João Rocha, se estivesse entre nós). Hoje, vê-se que ao contrário do que difundiu no seu optimismo fútil, não pagou Raphinha nem Battaglia, deu 1,6 milhões ao agente de Bruno Fernandes e aumentou o salário de Bas Dost. Dir-me-ão que valem mais de 50 por cento dos golos do Sporting. É verdade, mas exige-se transparência e verdade na comunicação a sócios e adeptos, algo que tende uma vez mais a perder-se. O segundo que está calado é Rogério Alves. Um homem que muitos sportinguistas gostam, com uma atracção seminal por microfones, com capacidade comunicacional que poderia ser útil para ajudar um presidente com evidentes limitações a esse nível e que com uma situação complicada mantém um inexpugnável silêncio que pode ser entendido como dúbio. É tempo de dar sinal de vida, pois fazer-se de morto poderá ter custos elevados para as suas aspirações.
Esta semana o Record evolui na continuidade.
Sai o António Magalhães, homem sensato e excelente jornalista, a quem estarei eternamente grato por me ter convidado para esta coluna de opinião. Desejo as maiores felicidades ao Bernardo Ribeiro e ao Sérgio Krithinas e a maior homenagem que poderão fazer a este ser humano impecável que parte para outras funções é que continuem a levar todos os dias às bancas o melhor jornal desportivo português.
Texto escrito na antiga ortografia