Record (Portugal)

REPOSTA A CAMPEAO!

Vencer, convencer e golear. É este o resumo de um triunfo no terreno do único adversário que triunfou na Luz. Uma vingança servida com génio

- CRÓNICA DE JOSÉ MANUEL FREITAS

Foram as respostas que o universo benfiquist­a esperava do seu candidato em Moreira de Cónegos, frente a uma das verdadeira­s sensações da Liga e que na primeira volta tanto estrago fizera na Luz. Ao desconfort­o causado pelo empate frente ao Belenenses e que destruiu aquela pequenina almofada que tanto jeito dava para situação mais intrincada; ao desgaste, físico e mental, provocado por aquela meia hora suplementa­r frente ao Dínamo Zagreb, dando até, pelos números conseguido­s, gerir o jogo nos derradeiro­s 20 minutos; ao resultado conseguido pelo mais direto rival na noite anterior, no Dragão. Assim, pode olhar-se o triunfo do Benfica de duas formas: vencer, convencer e golear; ou uma resposta à campeão. O Benfica sabia bem o que ia encontrar. Sem contar com o que se passou na Luz, o Moreirense é das equipas que melhor joga futebol entre nós. À sua dimensão, desde que tenha bola, é um perigo. Ora, foi isso que os encarnados não quiseram que acontecess­e, pois sem bola… este rival não é o mesmo. Daí os encarnados terem entrado forte. Tão forte que logo aos três minutos podiam estar em vantagem, não tivesse Pizzi falhado um golo cantado. Benfica forte pela disposição, pressão, velocidade e por o seu tempo de perda de bola ser diminuto. E isso fez mossa num adversário que apostou na dimensão física para tentar retardar a supremacia benfiquist­a.

Com a saída de bola a girar em torno de Samaris – ele que raramente deixou Chiquinho ter espaço, o mais influente jogador dos cónegos -, Jonas a funcionar como 10 (sem ponta-de-lança para marcar, os centrais do Moreirense viveram em desassosse­go…), e Rafa e Pizzi, especialme­nte o primeiro, a acelerarem nas alas, o Moreirense esteve muito tímido no aproximar da baliza de Vlachodimo­s – Bilel surpreende­u o guarda-redes, mas Arsénio estava em posição irregular – e ainda antes do golo inaugural (Ivanildo jamais esquecerá este jogo), Jonas podia ter marcado e Pizzi marcou em… fora de jogo.

Ivo Vieira mexe, Rafa resolve

A seguir ao golo de João Félix veio o golo de Samaris. Em cima do intervalo, o guarda-redes encarnado impediu que o jogo mudasse de feição, com defesa fantástica a cabeçada de Pedro Nuno e com tudo a ganhar face ao 0-2, Ivo Vieira mexeu em duas pedras ao intervalo. E bem: colocou em campo um lateral-esquerdo mais profundo, D’Alberto, e trocou um médiodefen­sivo (Fábio Pacheco) por um mais ofensivo (Ibrahima), procurando, assim, ter finalmente a bola e criando algum suspense no jogo.

Pensou bem o treinador, não esteve pelos ajustes o opositor, pois três minutos após as mudanças, Rafa acabou com o jogo. Com o Moreirense mais subido foi tudo mais fácil. Samaris ganhou o esférico no corpo a corpo a um adversário na linha lateral e a partir daí três toques chegaram; João Félix, Jonas, Rafa. E a esta desilusão somou-se quase de seguida mais outra: Vlachodimo­s voltou a brilhar, impedindo que Chiquinho tivesse êxito na cobrança de um livre frontal.

Faltava mais de meia hora, mas o jogo estava resolvido. Era percetível pela forma como o Benfica dimensiona­va o seu jogo. Baixou a velocidade, a bola chegou menos vezes a zonas de tiro, cada jogada passou a ter mais ter mais toques do que até aí, o próprio Moreirense conseguiu algumas situações ofensivas, mas nada que deixasse os encarnados em perigo quanto ao desfecho do encontro. Com tudo isto, mesmo assim, o Benfica ainda voltou a marcar (castigo pesado para a dinâmica local na segunda parte) e deixou claro que o que se passou com o Belenenses foi mesmo um acidente de percurso. A equipa continua firme, motivada e determinad­a a olhar para o projeto traçado para a época: a reconquist­a. E continuand­o a depender apenas de si… *

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal