Por uma vez bom senso
No meio de tanta lama que se atira de um lado para o outro, houve quem mostrasse bom senso. José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem, não demorou a reagir à divulgação de um documento de nomeação interno por um empresário obscuro que se tem destacado no submundo do futebol português e agiu segu ndo as regras de um Estado de Direito: foi às autoridades. Sem espalhafato, sem ameaças, sem anúncios. Seria mais fácil fazer de conta que nada tinha acontecido, que o tempo acabaria por fazer esquecer tudo. Aquele documento nem é muito relevante (porque apenas antecipou em 12 horas a nomeação do árbitro) mas é importante saber como – e sobretudo por que razão ou interesse – foi parar às mãos de César Boaventura.
No meio do ruído, há discussões e debates que fazem sentido ter numa lógica de melhorar a chamada indústria do futebol. Como a possibilidade de voltar a ter cerveja com álcool nos recintos desportivos. As experiências lá fora têm dado boas indicações e cerveja e futebol são duas coisas que costumam casar muito bem, mas as reticências da PSP também têm razão de ser, porque Portugal não é a Alemanha e, mais importante, os portugueses não são alemães. O importante é que não haja extremismos, pois algures no meio pode estar o equilíbrio.