MEMÓRIAS NACIONAIS COM SOTAQUE ALEMÃO
Roberto Pinto foi craque na Bundesliga, mas há 20 anos trocou ‘Mannschaft’ pelas quinas dos sub-21
Quando Portugal defrontar hoje a Alemanha, terá um adepto especial nas bancadas e a prova viva de que as raízes resistem ao tempo e à distância. Roberto Pinto nasceu há 40 anos em Estugarda, filho de portugueses, fez grande parte da carreira em solo germânico e nunca jogou em Portugal. Mas, aos 20 anos, a estreia na Bundesliga, pelo clube da terra, abriulhe as portas... para os sub-21 nacionais. Até foi convidado para a ‘Mannschaft’, mas disse ‘não’: o seu coração bate pelas quinas. O ex-médio foi ontem espectador do treino da seleção no estádio do Astoria Walldorf, onde orienta os juniores, e aceitou o desafio de
Record para partilhar as suas memórias. “Ser convocado para os sub-21, em 2000, foi uma surpresa. O treinador era o Jesualdo Ferreira e tinha jogadores muito bons, como Simão, Fernando Meira, Boa Morte ou o Ricardo Carvalho. Mantenho contacto com alguns. Joguei o playoff para o Europeu com a Croácia, mas perdemos e assim não cumpri o sonho de representar Portugal numa grande prova”, conta, frisando que “nunca” quis trocar o passaporte: “Fiquei sempre com o português, apesar de ter recebido o convite da Alemanha, que na altu- ra tinha uma seleção A e uma B”. Emigrou da Alemanha apenas uma época, em 2006/07, para jogar pelo Grasshoppers (Suíça) e teve como técnico o ex-leão Krasimir Balakov. Se tivesse existido uma proposta de Portugal... a história era outra. “Nunca me contactou nenhum clube, mas não guardo mágoa por isso”, garante.
Sonho ao alcance de Portugal
Roberto é fiel seguidor da nossa Liga e não teve problemas em identificar vários jogadores dos sub-20, vincando que o título mundial “é possível, com um pouco de sorte”. Quanto ao duelo de hoje, não há dúvidas. “Sou pelo nosso Portugal!”, remata. *