Record (Portugal)

Emprestado não é dado

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dossiê sobre emprestado­s dos grandes que hoje publicamos ajuda a perceber a dimensão de um dos maiores fatores de desequilíb­rio do futebol atual. Num campeonato como o nosso, há três clubes que se dão ao luxo de ter sob contrato 73 futebolist­as que não utilizam – daria para fazer mais três plantéis. Se juntarmos a eles todos os jogadores com contratos profission­ais que os clubes têm dentro de portas – entre equipas seniores, B, sub-23, juniores ou até juvenis – e facilmente chegamos a várias centenas ligados contratual­mente a apenas esses três emblemas. O que contraria um pouco aquela ideia de que o futebol é um jogo disputado por 11 de cada lado.

Os salários mais baixos que Benfica, FC Porto ou Sporting pagam aos seus profission­ais são, regra geral, superiores aos valores mais elevados ao alcance da maioria dos restantes clubes. E, ao ficar com os grandes jogadores, os bons jogadores e os jogadores assimassim, os três principais clubes portuguese­s têm um ascendente esmagador sobre todos os outros, que ficam à espera das ‘sobras’ para poderem competir entre si.

Este está longe de ser um problema exclusivo do futebol nacional e basta olhar para a lista de empréstimo­s do Chelsea para o perceber. A UEFA já fala em limitar os contratos por clube, mas esse debate público ainda não chegou a Portugal.

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