Record (Portugal)

Futebol sem podridão

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Na capa de Record surgiuo termo ‘podridão’ para caracteriz­ar alguns protagonis­tas e factos que determinam o atual momento do futebol português. Gente que verdadeira­mente não pode gostar de futebol consegue aproximaçõ­es perigosas aos líderes dos maiores clubes. Essa gente aproxima-se e afasta-se conforme o cheiro do dinheiro com laivos de violência verbal e mesmo física. Gente que é usada pelos líderes dos clubes, mas que também os usa, de forma opaca, financeira e desportiva­mente. Gente em quem ninguém pode confiar. Gente que não tem currículo e que talvez já devesse ter cadastro.

Não se pode estabelece­r um marco histórico seguro para dizer que foi ali, naquele exato momento, que o descarrila- mento da ética começou. Uns falam de Calabote, outros do ‘Apito Dourado’.

O caso Calabote está tão distante na memória que só sabemos ter havido um árbitro com esse nome que nunca mais acabava um jogo em que o Benfica tinha de golear.

O ‘Apito Dourado’ é diferente.

Foi já neste século. Já havia emails (embora não tenham sido usados nas tramas), escutas (suculentas e eivadas de ile- galidades e imoralidad­es), vigilância­s policiais modernas.

Nessa investigaç­ão policial, que depois se tornou jornalísti­ca, o Estado português não esteve bem. Os polícias que lideraram a investigaç­ão foram castigados. O Ministério Público tornou-se pífio a partir da fase de Inquérito. E tudo acabou sem grandes danos para os criminosos.

Foi aí que ficou demonstrad­o que, no futebol, o crime pode compensar. Foi partindo daí que chegámos aqui. A estes dias de vergonha, que descredibi­lizam Portugal enquanto Estado de Direito.

É PRECISO ATALHAR A DIREITO, FAZENDO VALER O DIREITO HÁ GENTE QUE CONSEGUE APROXIMAÇÕ­ES PERIGOSAS AOS LÍDERES DOS MAIORES CLUBES. GENTE QUE É USADA, MAS TAMBÉM USA. GENTE SEM CURRÍCULO E QUE TALVEZ JÁ DEVESSE TER CADASTRO

É preciso que o Estado reaja numa demonstraç­ão de força. É preciso atalhar a direito, fazendo valer o Direito.

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