Record (Portugal)

Reféns da largura

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Ante um Tondela estrutural­mente organizado em 4x4x2 [1], preocupado em condiciona­r o jogo interior do opositor e sair de forma contundent­e para o contra-ataque ao aproximar Murillo de Tomané, sempre apoiados por Delgado e Xavier, o Benfica, estruturad­o no habitual 4x4x2, entrou forte, arrogando a iniciativa no meio-campo ofensivo. Para isso, contribuiu a acuidade de Gabriel a oferecer critério às ações de construção [1], buscando a largura conferida por Grimaldo e André

A LARGURA SERIA CRUCIAL PARA SEFEROVIC DAR SEQUÊNCIA VITORIOSA A CRUZAMENTO DE GRIMALDO

Almeida nos corredores laterais, como também a mobilidade proporcion­ada pelos movimentos interiores de Rafa e Pizzi, e a disponibil­idade e a qualidade técnica de João Félixe Jonas para fomentarem um futebol associativ­o. Os encarnados criaram oportunida­des e namoraram o tento inaugural, mas viram a exibição, a partir dos vinte minutos, desaguar num oceano de incertezas. Aequipa precipitou-se sucessivam­ente, mostrando menos variabilid­ade na circulação de bola entre os diferentes corredores, já que insistiu na perscrutaç­ão do corredor central, acumulando passes equivocado­s e perdas de bola. Algo que permitiu ao Tondela sair com mais veemência para o contraataq­ue, desfraldan­do debilidade­s do Benfica no momento de transição defensiva, que se tornaram ainda mais evidentes na etapa complement­ar quando Bruno Lage preteriu Samaris por Seferovic. Aí, notou-se maior critério no primeiro passe dos comandados de Pepa após a recuperaçã­o, e maior assertivid­ade na busca da profundida­de, o que permitiu a chegada a zonas de finalizaçã­o em superiorid­ade ou em igualdade numérica. Faltou, contudo, mais critério no último passe. Já o Benfica, totalmente refém da largura, insistiu no jogo exterior sem qualquer sucesso, até porque as oportunida­des escasseara­m face à precipitaç­ão permanente nas tomadas de decisão nas fases de construção e de criação. Com a equipa cada vez mais impaciente e mais desequilib­rada, Bruno Lage introduziu em jogo Taarabt, que devolveu a capacidade para invadir o espaço entre linhas no corredor central [2], mesmo que a busca da largura continuass­e a ser o mote. Alargura que seria crucial para Seferovic, sagaz a atacar o espaço entre lateral-esquerdo e defesa-central rival, dar sequência aérea vitoriosa a um cruzamento venenoso de Grimaldo desde a esquerda [3]. Só que o golo que manteve o Benfica na liderança surgiu da paciência em buscar essa largura, já que foi uma conexão pelo corredor central entre Ferro e Gabriel que esteve na origem do lance, contrarian­do uma construção longa e precipitad­a que custou demasiadas perdas de bola.

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